Pacheco Pereira e o Congresso do PS
Concordo muitas vezes com os escritos de Pacheco Pereira. Agora não entendo bem o que ele disse no Congresso do PS quando afirmou "no PS há um terreno que pode ser centro-esquerda moderado mas não há socialismo".
Eu creio que todos nós e desde há já algumas décadas, sempre consideramos o PS como um partido social-democrata ou socialista-democrático, o que é o mesmo, e nunca como um partido socialista no sentido clássico do termo.
O Socialismo advoga a destruição do capitalismo através da apropriação colectiva dos meios de produção e a social-democracia aceita o modo de produção capitalista mas sujeita essa produção e as suas relações de produção ao controlo efectivo do Estado.
Contudo, na última década e mercê da rendição dos partidos sociais- democratas europeus ao neoliberalismo, a uma nova etapa do capitalismo agora dominado não pela produção mas pela especulação financeira, o PS português alinhou igualmente com essa “nova” ideologia.
O mérito de António Costa foi ter rompido com essa ideologia e recolocar novamente o PS no rumo da social-democracia. E foi esta assunção de António Costa que permitiu e deu corpo aos acordos parlamentares com o BE, PCP e PEV.
Assim, considero perfeitamente confusa e fora de contexto a intervenção de Pacheco Pereira no Congresso do PS.
Não, o PS que temos a governar não é um partido “ de centro de esquerda moderado”, seja lá o que isso for. Não, o PS de António Costa retornou às origens e pode ser considerado hoje um verdadeiro partido social-democrata.
Não, o PS que temos a governar não é um partido “ de centro de esquerda moderado”, seja lá o que isso for. Não, o PS de António Costa retornou às origens e pode ser considerado hoje um verdadeiro partido social-democrata.
Mais, e do mesmo modo que o líder do PS retornou o PS à social-democracia, também Marcelo Rebelo de Sousa está-se esforçando por retornar o PSD à social-democracia.
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