A governação pafiana permanecerá no “exílio” por muitos e longos anos
Ontem o PSD rubricou o selo de garantia da governação da “geringonça”, como depreciativamente chama ao governo do PS apoiado pelos partidos de esquerda, pelo menos por várias legislaturas. Ao eleger como líder Passos Coelho, o PSD, a direita neoliberal pafiana reforçou por uma eternidade a coligação das esquerdas. Nem o BE nem o PCP ou os Verdes negarão o seu apoio a António Costa tendo como alternativa de governo o PSD de Passos Coelho. Não será portanto pelo lado da política interna que a geringonça pafiana chegará ao poder.
Resta-lhes a alternativa do golpe dos mercados (aumento dos juros da dívida pública para valores insuportáveis) e do Eurogrupo. Só que, também aqui, as coisas não estarão do seu lado. Abrir uma crise política em Portugal no momento actual em que a Europa do euro se vê envolvida com várias crises em simultâneo, a dos refugiados e a da estagnação económica como as mais importantes, não será do agrado do Eurogrupo por mais que lhe desagrade o governo de António Costa.
Mas, vamos admitir que por estupidez, arrogância ou qualquer outra coisa do mesmo quilate, a Comissão Europeia e o BCE, através da subida dos juros da dívida, gerem uma crise política no país que leve à dissolução do Parlamento e a novas eleições. Nestas condições, como poderá Passos Coelho estar seguro de uma vitória com maioria parlamentar? O que é que o PSD ou o CDS oferecem aos portugueses?
Se é certo que o governo do PS não acabou com a austeridade, contudo fez o mais importante que foi travar a austeridade. Os portugueses estão agora seguros que o seu salário ou as suas pensões não vão ser diminuídas a qualquer momento. Ganharam alívio e uma tranquilidade nas suas vidas ao contrário do permanente desassossego em viveram durante a governação pafiana.
O PSD e o CDS só podem oferecer aos portugueses o mesmo de sempre. A austeridade e o seu agravamento. Hoje, depois destes anos de austeridade na europa do euro, está mais que provado que ela se alimenta de si própria e que tentar sair dela reforçando-a se torna num exercício de pura ficção. E o discurso das “contas certas”, é uma outra ficção propagandeada pela direita pafiana. Durante os quatro anos da sua governação não acertou em qualquer dos anos nenhum dos índices económicos e financeiros a que se comprometeu com Bruxelas. Nem no valor do défice, da dívida ou do crescimento. E, a imagem de “governação responsável” que Passos Coelho se esforça por passar também cai por terra quando confrontada com a evidência dos números.
E é por estas razões que os portugueses não irão votar favoravelmente às pretensões pafianas. Sofrerão nova derrota eleitoral. E de novo, agora reforçada, a esquerda ganhará as eleições e o poder.
A governação pafiana permanecerá no “exílio” por muitos e longos anos. Um futuro sombrio sentenciado por 95% dos militantes do PSD ao elegerem Passos Coelho como seu líder.
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