OPOSIÇÃO INSURRECCIONAL
Esta
oposição PàFiana parida pelo governo tóxico de Coelho/Portas não tem um
comportamento normal. É um comportamento típico dos insurrectos. E
compreende-se porquê.
O anterior
governo do PSD/CDS, aproveitou-se da crise financeira internacional e da vinda
da Troika para alterar, para romper com o modelo social e económico em que vivíamos
desde 1974. De um modelo de “estado social”, Passos Coelho iniciou um processo
de transformação deste modelo social para um outro modelo, estruturalmente
diferente e com objectivos diferentes, o modelo neoliberal de sociedade. Uma
transformação assente na destruição paulatina do estado social, isto é, na
destruição do Serviço Nacional de Saúde, da Educação Pública, da Protecção
Social Pública e na aniquilação do Património do Estado.
Nos últimos
quatro anos assistimos na verdade ao desenrolar de um obscuro e surdo "golpe de
estado".
Alias, nada
que Passos Coelho não tivesse anunciado logo no início do seu mandato quando
afirmou:
"Independente
daquilo que foi acordado com a UE e o FMI, Portugal tem uma agenda de
transformação económica e social. Nesse sentido, o Governo incluiu no seu
programa não apenas as orientações que estavam incorporadas no memorando de
entendimento como várias outras que, não estando lá, são essenciais para o
sucesso desta transformação do país”.
Com Passos
Coelho, o ajustamento exigido no memorando com a Troika, foi muito mais além do
que a simples imposição de uma série de políticas macroeconómicas. Representou
um projecto político, una estratégia consciente de transformação social.
Quando vê
começarem a ser revertidos os pilares do seu projecto neoliberal, inicialmente
e sobretudo na Protecção social, com a reversão dos cortes nos benefícios
sociais, abono de família, rendimento social de inserção, rendimento solidário
para idosos, na reversão dos cortes nas pensões, no descongelamento das
pensões, no aumento do salário mínimo, na reversão dos cortes do salário na
função pública, mas também na Saúde com a reversão dos cortes nas taxas
moderadoras e na Educação com medidas de reforço da escola pública, mas também
na reversão dos impostos sobre quem trabalha, compreende-se a sua fúria, a sua
cólera e o seu estado insurreccional.
Hoje,
governo e oposição estão de lados opostos. Defendem modelos sociais
antagónicos. A oposição mantém o seu objectivo de alterar e substituir o modelo
social do “estado social” pelo modelo do estado neoliberal. O governo de
António Costa reverte as políticas do governo anterior permanecendo fiel ao
modelo do estado social que a Constituição Portuguesa consagra e que desde 1974
nem PSD, nem CDS se atreveram alguma vez a contestar.
São
compreensíveis mas condenáveis naturalmente estas manifestações de insurreição
da oposição ao governo de António Costa.
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