sábado, janeiro 16, 2021

 Não será muito sensato ou aceitável que António Costa, antes de qualquer discussão com os partidos à sua esquerda, anuncie com dramatismo e a maior publicidade que, ou eles aprovam o próximo orçamento, que ninguém conhece ainda, ou não haverá orçamento algum (ameaçando portanto com novas eleições). Com tamanho dramatismo e alarmismo será lógico colocar em dúvida as reais intenções do PS quanto a uma nova parceria com o BE e o PCP.

Também não será muito sensato e aceitável que o BE anuncie publicamente exigências que aumentam a despesa pública sem que ao mesmo tempo não enumere onde irá procurar receita que equilibre tal despesa. A situação orçamental provocada pela Pandemia está cada vez mais difícil e o BE e o PCP, para merecerem crédito, terão que apresentar detalhadamente onde encontrar receita que compense os gastos das medidas que eventualmente venham a propor.
Não basta apresentar propostas avulsas, naturalmente simpáticas ao eleitorado, sem que se façam as contas do seu custo e o modo como se obterá a receita indispensável.
Se o PS, a destempo e com alarmismo, vem colocar os seus antigos parceiros perante orçamentos consumados tanto o BE como o PCP não podem cair como resposta numa espiral de exigências incomportáveis.
Os tempos estão demasiado difíceis para os portugueses serem confrontados com jogos tácticos partidários.