VERGONHOSO O PAPEL DA CS NESTES TEMPOS DE PANDEMIA
A acção o papel que na generalidade a comunicação social (CS) tem tido nestes tempos de pandemia é simplesmente destrutivo, deplorável, miserável.
Centra todo o seu tempo de comunicação em explorar o pequeno engano, o pequeno equívoco, o pequeno desacerto nesta ou naquela directriz, enfim em tudo o que coloca em causa a actuação das entidades da Saúde e do governo.
Num momento em que seria necessário uma coesão dos portugueses, naturalmente critica e esclarecida, indispensável à moralização, não apenas dos que se encontram a trabalhar mas também daqueles que estão retidos em casa, a CS com os seus comentaristas, as suas “notícias” e as suas reportagens provoca, com a sua actuação massiva, esquizofrénica e reaccionária, apenas o agravamento de tensões sociais, a inquietação e a insegurança de todos.
E os comentadores convidados, escolhidos a dedo e naturalmente bem pagos, seguem o mesmo padrão refinando as suas prosas.
A CS ou melhor os seus patrões, os grupos económicos e financeiros que alcançaram hoje o domínio político completo dos meios de comunicação social, aproveitam com o maior despudor este doloroso tempo de pandemia para fazer política, inconformados que andam com as medidas de cariz social-democrata que o governo de António Costa pratica. Anseiam pelo modelo social neoliberal que Coelho aplicou e que afundou o país (basta ver todos os índices económicos antes e depois da sua governação), agravando as desigualdades sociais, empobrecendo a esmagadora maioria dos portugueses com agravamento dos seus rendimentos ao contrário contudo dos muito ricos que viram as suas fortunas aumentarem no mesmo período. É esse o modelo que querem de novo e não darão quaisquer tréguas.
É simplesmente vergonhoso o papel que a CS vem tendo neste delicado e doloroso período da vida dos portugueses.
Quanto ao papel dos “jornalistas” seleccionados e mais influentes da nossa CS cabe apenas dizer o que o jornalista, Serge Halimi, escreveu um dia.
“Desde que os jornalistas começaram a viver com os salários das classes altas, nos bairros das classes altas, a ir aos restaurantes das classes altas, começaram instintivamente a defender os interesses das classes altas, dos banqueiros, dos grandes empresários, e a ignorar os trabalhadores comuns que sobreviviam com dificuldades. Num passado remoto, o jornalista era um operário como os outros.” 03.05.2020
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