sábado, março 27, 2010

O PEC (II)


O PEC, agora apresentado por Teixeira dos Santos, não procura a diminuição do défice através da redução da Despesa Corrente Primária (DCP). Nem outra coisa seria de esperar. Recordemos que enquanto no período 1986-1995 a DCP representava 29,7% do PIB, no período 1995-2001 ela galgou para 35,0%. Uma subida astronómica e não justificável por não ser acompanhada por quaisquer melhorias nos serviços prestados pelo Estado. Os cidadãos não sentiram melhorias na Educação, na Saúde, na Justiça ou na Segurança. A verba correspondente a 5,3% do PIB foi assim completamente desbaratada sem constituir qualquer benefício para os cidadãos. A criação de empresas municipais e outros órgãos do Estado paralelos aos serviços existentes, com dirigentes recrutados das clientelas partidárias, são a principal causa desta fortíssima subida da DCP. Este “edifício” da Administração Pública bem arquitectado pelos nossos políticos, ampliar-se-ia continuamente nos anos seguintes o que explica a subida, sempre crescente, da DCP. É um ónus, que os portugueses desde então pagam anualmente com o seu trabalho e com os seus impostos. Pagam o desperdício, a ociosidade e a corrupção institucional deste “sistema político-administrativo”. E será completamente absurdo pensar que a nossa classe política, por sua iniciativa, poderá algum dia deixar de usufruir tais privilégios.
Ao contrário de medidas de congelamento de salários na Função Pública como o PEC agora determina, num país com os mais baixos salários da UE15 (o salário médio em Portugal é de 645 euros enquanto na Grécia, o segundo país com mais baixos salários na UE15 é de 1.167 euros, dados 2008), um combate à DCP deveria iniciar-se por uma verdadeira Reforma da Administração Pública que extinga as empresas municipais e os outros órgãos do Estado parasitários, criados sobretudo a partir de 1995, e que não prestando qualquer serviço útil à sociedade, acarretam como vimos, gastos na ordem dos 6.000 milhões de euros.
A sociedade portuguesa terá que ver-se livre deste ónus, deste fardo que pesa sobre os seus ombros, que todos os anos se torna mais pesado e que inviabiliza um crescimento económico saudável e convergente com a UE. Só que, para tanto, terá que ver-se livre primeiro deste “sistema” político corrupto - partidário, destas elites políticas, destes partidos de notáveis, desta nova aristocracia sufragada pelas televisões e sondagens.

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3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

A malta sempre ficou com saudades da Idade Média...e .....se não....é ver por aí quanto é Festa de Verão .....

........é um fartote de .....feira medieval.....banquete medieval...com porco assado inteiro no espeto...ele é ...montaria ao javali....ele é teatro medieval...ele é torneio medieval....só porque há sempre um castelo.....por perto....mesmo que ninguém saiba dele durante o resto do ano....e .....claro a saudade de voltar para trás ....

.......para onde o PEC ...finalmente....começou a andar.....

Valha-nos o D. João I....e o D. Nuno Álvares...que não havia terra que não fosse dele....

1:38 AM  
Anonymous Anônimo said...

Há quem entenda que não se pode ter tudo como deixar de trabalhar aos 60 e viver até aos 80 sustentado pelo dinheiro dos outros...


...Olá!?.... se esse tipo ( a sustentar pelos outros....)tiver começado a trabalhar aos 20 anos...( e na altura como não havia trabalho infantil começava-se até um bocadito mais cedo...a estagiar nos armazéns de mercearias ... óleos e azeites... a distribuir carvão pelas senhoras....nas quintas agrícolas....transportando carros de terra ou de estrume de cavalariças...ou em serventia de pedreiro..).... bom ....mas aos 20 anos... então o cidadão andou a descontar durante 40 anos....QUARENTA....( e se descontou mais também não interessa...)sobre o seu vencimento...11% ele próprio mais 23,75% do patrão para vir a ter uma reforma...


....atão onde está esse dinheiro para se pensar que tem agora que ser sustentado pelos outros...?

Ah....o dinheirito já arrecadado não conta...sumiu-se e mais ...se o homenzito morrer aos 61....lá se fica o dinheirito dos descontos...

2:03 AM  
Anonymous Anônimo said...

Pois é!...mas se se acaba com as empresas municipais e outras que vegetam à sombra do Estado, como é que aqueles que as dirigem (?) conseguem construir a "piçina"?
É que só o ordenadito limpo é capaz de não chegar e, hoje em dia, quem não tem uma "piçina" não é ninguém...
A propósito, não se consegue aí um lugarzito para mim?...É que...já agora...também gostaria de "abichar" algum...lolololololol
Ana ML

3:08 PM  

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