Por um fio
Os portugueses, como muitos outros povos por essa Europa fora, não foram chamados a decidir em eleições democráticas, a opção da entrada do país na União Europeia. Em Democracia o povo manifesta a sua soberania, a sua vontade, em referendo e em eleições. As decisões que afectam profundamente a vida e o modo de viver dos cidadãos, em Democracia, exigem por maioria de razão que tais opções sejam referendadas em eleições. À revelia dos povos, agindo antidemocraticamente, as elites nacionais - a classe política, os gestores das grandes empresas e das instituições financeiras, em conluio determinaram, nas costas do povo e desprezando as mais elementares regras democráticas (que sempre apregoam defender, sempre que lhes convém naturalmente), foram céleres em colocar o país na UE. Venderam a ideia de que tal constituía uma coisa boa para o país. Mas negaram aos cidadãos o elementar direito de decisão sobre os tratados constitucionais da UE.
Não existiu a mínima preocupação em analisar as consequências gravosas que uma economia tecnologicamente atrasada inevitavelmente sofreria coma a adesão à UE. Pensaram apenas nos seus interesses egoístas mas não nos interesses daqueles portugueses que trabalham por conta de outrem ou que em “trabalho precário” são pagos a recibos verdes, dos idosos com reformas miseráveis ou mesmo dos pequenos e médios industriais que se viram obrigados a abandonar os seus negócios mercê de uma concorrência implacável ou dos pequenos agricultores e pescadores que viram o país inundado de produtos a baixo preço e de má qualidade vindos do fim do mundo. Os tratados de total liberdade global dos mercados económicos assinados pela UE não tiveram a mínima preocupação com os prejuízos económicos catastróficos e suicidas que resultariam para os países economicamente mais débeis como Portugal. A “crise internacional” veio apenas a emergir mais precipitadamente a “crise” económica, orçamental e financeira do país, agravada pelos gastos de uma administração pública que, ano a ano, se tornou mais irracional e “adaptada” aos grandes negócios, à corrupção institucional que consome por ano cerca de 10% do PIB. E, enquanto os portugueses não se libertarem deste pesadíssimo fardo jamais conseguirão sair do abismo em que os mergulharam.
Mais que uma greve às eleições o que os portugueses precisam é de correr com esta classe política incompetente e corrupta. Depois, pensar seriamente na saída do euro. Naturalmente com a mesma paridade com que entrou, 1 euro por 200,482 escudos. Desvalorizar então o escudo (o que traduz uma efectiva redução da dívida pública) integrar o Instituto de Gestão do Crédito Público no Banco de Portugal, entidade emissora de moeda e dívida.
7 Comments:
Vamos nessa ....e rápidamente...!!
Realmente se na UE não passamos de uns tristes a caminho da fome esquelética..o que é que estamos lá a fazer...??
...á espera do caixão...em madeira ueuropeia..??
Caramba..que isto anda tudo trocado....deve ser da crise...
Veja lá que ( como vivemos acima das nossas posses e como bom cidadão...)...resolvi ir até ao Algarve...e..... então não é que ao sair de Lisboa...pensei que me tinha enganado e que tinha enfiado por alguma pista de ensaios...da BM ou da Audi..?? tal a quantidade de bólides em potente marcha...!!?
Mas.....logo vi que afinal era a Auto 2 e que ...não podia ser outra coisa que não fosse algum ambicioso programa em desenvolvimento na área da agricultura no Algarve ....com vista à rápida diminuição do déficit ...tal a quantidade de Jeeps e Jeepões das ditas marcas em circulação....para Sul...
Tal está a molenga...Ehm...!!!
Ainda no Algarve encontrei um tipo desempregado...com cinquenta e tal anos ..muito chateado que quer trabalhar mais para fazer a vontade à UE e ao FMI...e então acha que fazendo uma refinaria resolveria o seu problema...
Aconselhei a que apostasse no projecto..que parece consistente.... ousado e acima de tudo patriótico...já que talvez fizesse baixar o prêço dos combustíveis....
A dúvida é se será do agrado da UE....
Caro Blogger ainda uma dúvida de uma Algarvia....
...já que temos Partidos....não seria então preferível criar o Partido dos Independentes...??!
Esta é mesmo de estúpido...efeitos do vento na pinha...!!..
...consta que a malta vai ter redução dos ordenados e pensões ou mesmo extinção dos 13 e 14 meses....
...realmente é preciso ser artista da economia...só não percebi é como é que os FMI e UEs vão fazer para a correspondente redução das dívidas que as pessoas têm actualmente e que contavam com os ditos ordenados e meses para as amortizar ou mesmo liquidar...??
Ora!!... à portuguesa....
alteração das circunstâncias ...como se faz nas obras públicas e não se paga....
Na verdade será o melhor caminho
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