O CONTÁGIO QUE TORNA TUDO EFÉMERO
Bancos alemães e franceses têm 730 mil milhões de euros encravados no casco pendente do Titânic espanhol e italiano. Querem sair. Para ficar exigem juros impossíveis que antecipam o afundanço da embarcação. A Espanha deve mais de 750 mil milhões aos credores internacionais. Um naufrágio italiano significaria um calote de 930 mil milhões de euros na banca global. A Grécia com todo o mal-estar que causa é café pequeno perto desse rombo em transatlânticos gigantes.
Ao contrário do que diz a religião neoliberal, não há salvação individual no naufrágio sistémico das finanças globais. Se o devedor adorna, o credor se afoga. Segundo os dados do Banco Internacional de Compensações (BIS), uma espécie de caixa de liquidação das transacções globais, se o euro submerge, os bancos dos EUA perderão 430 mil milhões de euros em empréstimos. Parece pouco. Mas o revés será infinitamente maior --e o impacto muito pior que a quebra do Lehman Brothers, em 2008.
Essa é a lógica bruta que move a fuga sem lealdades no interior do Titânic europeu nas últimas horas.
Compreende-se assim porque vitórias tão ansiadas na véspera, como a da direita na Grécia, se dissolvem na manhã seguinte, em novas golfadas de um contágio que torna tudo efémero.
Saul Leblon (Ler mais em cartamaior)
1 Comments:
Caro Blogger.....
....como se já não tivessemos com que nos chatear...agora apareceu ai um artista a propor mais um imposto....geral e universal e que afinal resulta de umas contas feitas pelo dito...lá em casa pela calada da noite...em cura de insónia...
...e a gente que se aguente...
...só lhe digo ....se a malta não corre rapidamente com esta gente que vive nas estrelas perto da estação espacial internacional ainda nos aleijamos....
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