quinta-feira, outubro 22, 2015

Uma frente contra as polícas neoliberais


Independentemente do resultado final das negociações que o PS encetou com o BE e o PCP com o objectivo de formar um governo maioritário no parlamento o certo é que pela primeira vez na Europa do euro um partido socialista português dá corpo e consistência a uma frente contrária às políticas neoliberais, às políticas de empobrecimento das classes populares (trabalhadores e classe média) numa transferência de rendimentos destas classes para os mais ricos, às políticas de redução de salários e pensões e de cortes nas funções sociais do estado (Educação, Saúde e Protecção Social), às políticas que visam uma alteração do modelo social e económico vigente substituindo-o por outro, às políticas de venda ao desbarato do património do estado, às políticas que nas palavras do Papa Francisco cria uma nova ordem, uma nova “economia que mata”.
É algo de muito importante não apenas para Portugal mas também para a Europa, até agora sonegada pelo domínio e interesses alemães. E o mérito pertence sobretudo ao PS e a António Costa.

O que une o PS, BE e PCP é a sua contestação às políticas neoliberais de destruição do estado social, do aumento das desigualdades sociais e das reduções salariais e precariedade no trabalho.
Acontece que antes do governo de Coelho e Portas nenhum outro governo depois do 25 de Abril, de direita ou de esquerda, nenhum deles colocou em causa o estado social. Só este último governo PSD/CDS, aproveitando a vinda da Troika, tomou como seu primeiro propósito tal objectivo. Sem máscara, Passos Coelho assumiu-o desde o início quando afirmou: "independente daquilo que foi acordado com a UE e o FMI, Portugal tem uma agenda de transformação económica e social. Nesse sentido, o Governo incluiu no seu programa não apenas as orientações que estavam incorporadas no memorando de entendimento como várias outras que, não estando lá, são essenciais para o sucesso desta transformação do país”.

É contra esta tentativa (em parte já conseguida) de “transformação económica e social” que se insurge o PS e António Costa, o BE e o PCP, e é sobre esta assunção política que reside a força da sua união.