OS COMENTARISTAS, A CRISE SANITÁRIA E O GOVERNO
Os comentaristas que aparecem nas televisões, aqueles, sempre
os mesmos, que tanto falam de futebol, dos incêndios florestais, da justiça, da
economia e de tudo o resto como também naturalmente da Pandemia enfim, todos
aqueles que as televisões apresentam como sábios de tudo e de mais alguma
coisa, centram agora os seus discursos na evolução da pandemia que sofremos. E,
não poupam críticas ao governo porque, segundo eles, o acréscimo de casos na
região de Lisboa se deve a um desconfinamento precoce. Ora acontece que o
desconfinamento se deu em todo o país pelo que, considerando as suas teses, o
acréscimo de casos deveria acontecer proporcionalmente em todas as regiões, do
Norte ao Algarve, o que na verdade não acontece. Outras razões haverá para o
que se regista na região de Lisboa mas não se culpe o desconfinamento precoce
nem se ataque o governo por isso.
Não estamos a assistir ao que aconteceu em Março. Aí
assistimos a um crescimento muito rápido de casos. Tivemos 245 casos em 20/3 (data
da declaração do estado de emergência) para de 22/3 a 28/3 obtermos em média
diária 592 e na semana seguinte de 29/ a 4/4 verificarmos uma média diária de
757 casos. Foi nesta semana que se verificou um maior número. Depois os casos
começaram a diminuir sendo a semana de 11/5 a 17/5 a que verificou o menor
número diário até hoje com 207. Nas semanas seguintes os casos subiram um
pouco, na casa dos 350 verificando-se na última semana de 6/7 a 12/7 uma média
de 328 casos. Portanto, desde Maio que poderá considerar-se estar a Pandemia estável
e controlada com surtos avulsos e ocasionais. E, com o SNS perfeitamente apto a
responder às necessidades exigidas pelo vírus.
E será este o padrão que creio iremos ter nos próximos meses.
Com as medidas de prevenção já decretadas, com a sua aceitação pelas pessoas como
de uma maneira geral se tem verificado, sem medos absurdos mas com sensatez e prudência
poderemos atravessar a grave crise sanitária que atravessamos sendo
participantes activos na economia que se deseja em crescimento.
Concordando com a actuação racional, equilibrada e atempada que
o governo vem mantendo para com o desenrolar da Pandemia esperar-se-á apenas
que ele exija, para maior tranquilidade de todos, o uso obrigatório de máscara fora
de casa. Mais cedo do que será
previsível os países que hoje desconsideram Portugal pelo modo com a seu ver
decorre a Pandemia acabarão por reconhecer o modo capaz, decente e mais eficaz como
o governo tem lidado com a Pandemia.
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