Operação de cosmética do PS ?
Prepara-se o PS para “mudar de fatiota”. José Seguro levou os socialistas a uma vitória nas Europeias, que pela diferença de votos com os grandes derrotados - os partidos que apoiam o governo, é uma vitória muito modesta que motivou naturalmente e de imediato a inquietação dos mais destacados líderes socialistas.
António Costa parece estar disposto a avançar para a liderança do partido. É convicção dos socialistas que Seguro não terá o “carisma” de Costa e que com ele dificilmente o PS obterá uma vitória clara nas próximas legislativas. Consideram que Costa tem mais peso político e dará mais confiança ao eleitorado nas próximas eleições.
Não parece contudo que com Costa o PS altere a sua política e a obediência que tem mantido com as políticas vindas da União Europeia. Não deverá colocar em causa o “tratado orçamental” ou outras medidas de austeridade a ele associadas, nem tão pouco a exigência de uma “renegociação da dívida pública”. Mas estas serão questões que em breve conheceremos mantendo-se a determinação de Costa em avançar para secretário-geral do PS. Contudo, apostamos que quanto ao conteúdo das políticas do PS não haverá grandes diferenças entre Seguro e Costa. Tratar-se-á mais de uma “operação de cosmética” que de uma verdadeira mudança alternativa de políticas do PS.
A confirmar-se esta nossa convicção, nem Costa nem Seguro serão capazes de alcançar para o PS uma vitória significativa nas próximas legislativas.
Os socialistas, a social-democracia europeia parece não ter ainda compreendido bem o alcance das mudanças anti-sociais impostas pelo neoliberalismo que se estão a verificar na Europa e que são rejeitadas pela esmagadora maioria da população. Na evolução capitalista das últimas décadas, verificou-se um domínio cada vez maior do capital financeiro sobre o capital produtivo. O controlo do capital financeiro sobre as sociedades tornou-se avassalador e dominante. E está em marcha a imposição à sociedade de novos valores, de novas relações sociais, de nova distribuição da riqueza, de novas “reformas”, todas de um único sentido e do mesmo cariz anti-social, retirar rendimentos aos trabalhadores, ao pequeno comércio e aos pequenos empresários e entregá-lo de mão beijada ao grande capital, aos “mercados”, isto é aos donos dos bancos e seguradoras, aos donos dos monopólios e grandes empresas, aos gestores destas empresas e aos líderes políticos que satisfazem os seus interesses.
E tudo isto está em marcha porque esta minoria de super-ricos souberam aproveitar o momento de desorientação geral provocada pela crise financeira internacional. Contudo, passados estes momentos, em democracia será impossível manterem e continuarem com as suas ambições desmedidas de ganancia sem a revolta dos cidadãos. O que já se começou a desenhar nestas eleições europeias.
O PS senão romper com estas políticas neoliberais, com estas “reformas”, com esta “economia que mata”, como diz o Papa Francisco, arrisca-se a ter nas próximas eleições legislativas um resultado medíocre, semelhante ao que Hollande teve em França, ao que o PS espanhol ou grego tiveram agora. Com Costa ou com Seguro, é indiferente.
8 Comments:
A direita no desgoverno agradece o baile
Bom eu até diria que o resultado não será mediocre mas .....teremos é que ouvir o Requiem de Mozart
Há por aí uns artistas ou melhor uns escrevedores...que até escrevem em jornais.....que não sabem outra coisa que não seja a de perguntar se o que é que você prefere ...diminuição de despesa ou aumento de impostos...
Cum caraças...( desculpe o termo....) mas mesmo com estes resultados a nível europeu ( fresquinhos que nem uma alface...) ainda não perceberam que a questão é esta....quando eu aprovo mais um imposto o que é que você acha ..." todos devem pagar ou só alguns devem pagar.."...???
Por cá ....pelo Burgo com a treta da diminuição da despesa ....puseram só alguns a pagar....
...e afinal segundo diz o Chefe...o que se andou a fazer nos últimos três anos até nem foi imposto pela Troika....
...Ora diga-me se os meninos não andam é a brincar com a gente e a pedir uns açoites no rabinho...?
Vai por aí grande vozearia por causa dum Acórdão do Tribunal Constitucional....há quem ache que os juizes deviam esperar que a Troika se fosse embora....quem ache que os Juízes levam o País p'á desgraça...enfim....é só débito...
...mas veja lá o que diz a Constituição ...art.º 203.º " Os tribunais são independentes e apenas estão sujeitos à lei..."
e,
...logo a seguir..art.º 204.º..." Nos feitos submetidos a julgamento não podem os Tribunais aplicar normas que infrinjam o disposto na Constituição ou os princípios nela consignados..."
Será que o pessoal nem ler sabe...ou será que é mesmo assim....???
Ouvi agora alguém muito importante ...com ar solene e muito espantado....dizer que o DEO ( Documento de Estratégia Orçamental) pode ser posto em causa....com o Acórdão do Tribunal Constitucional...
...mas pergunto eu....será que não se sabia já que algumas coisas que iriam ser postas no DEO... eram inconstitucionais da cabeça até aos pés ....
...e vá que muita sorte tiveram os autores do DEO com O Tribunal ....que mesmo assim só manda aplicar a inconstitucionalidade a partir de agora ....
....e lá ficam os funcionários pobres a chiar com os cortes já feitos nos ordenados ...mas declarados inconstitucionais ....
Isto é que vai uma República....!!!!
Afinal parece que é preciso um aclaramento do Acórdão do Tribunal Constitucional.....
Bom....é verdade que já se notava a dificuldade de entendimento à primeira....
...ou...será só para adiar o pagamento dos ordenaditos sem cortes.....já em Junho...???
Parece que se vai perguntar ao tribunal constitucional como e que serão em futuro os seus julgamentos. Não seria melhor perguntar a quem pede a intervenção do tribunal como fará daqui para a frente?
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