Passos, Portas e Cavaco responsáveis únicos pela desgraça do país
Este governo e os seus apoiantes, esforçam-se por apresentar a governação anterior do PS como responsável pela situação actual de desgraça em que nos encontramos. Fui crítico de Sócrates, cometeu muitos erros, mas não é correcto nem historicamente verdadeiro, atribuir-lhe as culpas do fracasso do “ajustamento”, do empobrecimento que o país atravessa. Essas responsabilidades são da exclusiva responsabilidade do governo actual, de Passos Coelho e Portas que, justiça lhe seja feita, nunca esconderam os seus reais objectivos de empobrecer à força a população portuguesa e o país, “ custe o que custar”, com a aplicação do dobro da austeridade inicialmente prevista no memorando.
E para que a verdade seja reposta repare-se nos dados destes 8 apontamentos retirados de um estudo da autoria de Pedro Lourtie:
1.Crescimento da Produtividade
Na segunda metade da última década, a produtividade laboral recuperava terreno em relação aos níveis da UE – algo que não sucedera em pelo menos dez anos. O indicador de produtividade laboral por pessoa empregada, em padrão de poder de compra, em relação a uma média de 100 da UE a 27 países registou um aumento de 72,6 em 2005 para 77,2 em 2010, enquanto na década anterior tinha diminuído ligeiramente de 71,6 em 1995 para 69,6 em 2004. A mesma tendência está também patente na produtividade laboral em termos do indicador de horas de trabalho, no qual se registou uma subida de 62,7 em 2005 para 65,2 em 2010 (62,3 em 1995 e 60,2 em 2004). A produtividade laboral real por pessoa empregada, um indicador mais fiável para comparações internacionais de produtividade, também confirma esta tendência. Na segunda metade da década de 2000, e pela primeira vez em mais de uma década, a produtividade em Portugal estava uma vez mais a crescer acima da média da UE.
Na segunda metade da última década, a produtividade laboral recuperava terreno em relação aos níveis da UE – algo que não sucedera em pelo menos dez anos. O indicador de produtividade laboral por pessoa empregada, em padrão de poder de compra, em relação a uma média de 100 da UE a 27 países registou um aumento de 72,6 em 2005 para 77,2 em 2010, enquanto na década anterior tinha diminuído ligeiramente de 71,6 em 1995 para 69,6 em 2004. A mesma tendência está também patente na produtividade laboral em termos do indicador de horas de trabalho, no qual se registou uma subida de 62,7 em 2005 para 65,2 em 2010 (62,3 em 1995 e 60,2 em 2004). A produtividade laboral real por pessoa empregada, um indicador mais fiável para comparações internacionais de produtividade, também confirma esta tendência. Na segunda metade da década de 2000, e pela primeira vez em mais de uma década, a produtividade em Portugal estava uma vez mais a crescer acima da média da UE.
2. Reforma da Segurança Social
A reforma da Segurança Social abrangeu três pilares: (i) harmonizou a idade de reforma aos 65 anos (anteriormente de 60 anos para os funcionários públicos) e eliminou regimes especiais; (ii) introduziu um factor de sustentabilidade que tem em consideração o aumento da esperança média de vida na determinação do valor das pensões, resultando na prática num aumento anual automático da idade de reforma para os trabalhadores que queiram ter acesso à totalidade da pensão; e (iii) introduziu novas regras para a actualização das pensões, indexando-as à inflação (apenas para as pensões mais baixas) e à taxa de crescimento real do PIB.
A reforma da Segurança Social abrangeu três pilares: (i) harmonizou a idade de reforma aos 65 anos (anteriormente de 60 anos para os funcionários públicos) e eliminou regimes especiais; (ii) introduziu um factor de sustentabilidade que tem em consideração o aumento da esperança média de vida na determinação do valor das pensões, resultando na prática num aumento anual automático da idade de reforma para os trabalhadores que queiram ter acesso à totalidade da pensão; e (iii) introduziu novas regras para a actualização das pensões, indexando-as à inflação (apenas para as pensões mais baixas) e à taxa de crescimento real do PIB.
Em 2009, a Comissão Europeia considerou que Portugal foi um dos países da UE a implementar reformas substanciais nas pensões, com efeitos importantes na sustentabilidade orçamental a longo prazo.
3. Exportações
Os dados relativos às exportações na segunda metade da última década revelam, de facto, que a economia entrou num período de recuperação da competitividade. No período 2006-2010, e pela primeira vez em dez anos, as exportações cresceram acima da média da UE a 15 países, recuperando uma tendência que se perdera desde a segunda metade dos anos 1990.
Os dados relativos às exportações na segunda metade da última década revelam, de facto, que a economia entrou num período de recuperação da competitividade. No período 2006-2010, e pela primeira vez em dez anos, as exportações cresceram acima da média da UE a 15 países, recuperando uma tendência que se perdera desde a segunda metade dos anos 1990.
O rácio das exportações em relação ao PIB aumentou de forma continuada, de 27,8% em 2005 para 32,4% em 2008 – a proporção mais elevada de sempre na economia portuguesa.
Os défices comerciais de bens e serviços, excluindo os produtos energéticos, foram reduzidos para metade entre 2000 e 2010, o que corresponde a uma melhoria de cerca de quatro pontos percentuais do PIB.
4. Função Pública
A função pública em Portugal aumentou de forma continuada desde os anos 1970 e tornou-se sobredimensionada em relação ao rendimento do País e aos níveis médios europeus. Em especial através de restrições mais apertadas à contratação, a partir de 2005 verificou-se pela primeira vez uma inversão desta tendência de crescimento. Em 2010, o número de funcionários públicos tinha diminuído para valores do final da década de 1990, com os números totais a descerem cerca de dez por cento, de quase 750 mil em 2005 para menos de 670 mil em 2010.
A função pública em Portugal aumentou de forma continuada desde os anos 1970 e tornou-se sobredimensionada em relação ao rendimento do País e aos níveis médios europeus. Em especial através de restrições mais apertadas à contratação, a partir de 2005 verificou-se pela primeira vez uma inversão desta tendência de crescimento. Em 2010, o número de funcionários públicos tinha diminuído para valores do final da década de 1990, com os números totais a descerem cerca de dez por cento, de quase 750 mil em 2005 para menos de 670 mil em 2010.
5. Educação e Investigação
As reformas recentes na educação têm permitido alcançar resultados visíveis e importantes. A percentagem de jovens que abandonaram a escolarização tem vindo a diminuir de forma sustentada e acelerada desde 2002, aproximando-se da média da UE. Nesse ano, 45% da população entre os 18 e os 24 anos tinha, no máximo, o terceiro ciclo do ensino básico e não recebia qualquer educação ou formação, enquanto a média da UE equivalente era de 17%. Em 2010, os valores eram 28,7% e 14,1%, relativos, respectivamente, a Portugal e à média da UE.
As reformas recentes na educação têm permitido alcançar resultados visíveis e importantes. A percentagem de jovens que abandonaram a escolarização tem vindo a diminuir de forma sustentada e acelerada desde 2002, aproximando-se da média da UE. Nesse ano, 45% da população entre os 18 e os 24 anos tinha, no máximo, o terceiro ciclo do ensino básico e não recebia qualquer educação ou formação, enquanto a média da UE equivalente era de 17%. Em 2010, os valores eram 28,7% e 14,1%, relativos, respectivamente, a Portugal e à média da UE.
Portugal foi também o país da OCDE que mais progresso realizou nas três áreas dos testes do Programa Internacional de Avaliação de Alunos de 2009 (leitura, matemática e ciências), com os alunos portugueses a alcançarem pela primeira vez o grupo médio dos países da OCDE, juntamente com o Reino Unido, a Dinamarca, a Suécia, a Alemanha, a França, a Irlanda e a Hungria. Para além disso, a obtenção de qualificações de nível superior mais do que duplicou, de 11,3% em 2000 para 23,5% em 2010.
No que diz respeito à investigação e desenvolvimento, o investimento aumentou de forma acentuada de 0,53% do PIB em 1995 para 1,66% em 2009, com os últimos anos a registarem uma aproximação acelerada aos valores médios da UE a 27 países (que evoluíram de 1,8% em 1995 a 2,01% em 2009).
6. Dependência Energética
A redução da dependência energética tem sido também uma área crucial para Portugal. A importação de energia contribui neste momento para quase metade do défice da balança comercial. A recente aposta nas energias renováveis é, pois, uma contribuição importante para a correcção dos desequilíbrios externos do País. A electricidade gerada a partir de fontes renováveis constituiu em 2010, 50,2% do total de produção eléctrica acrescido de importações líquidas, um crescimento em relação aos 33,9% de 2003
A redução da dependência energética tem sido também uma área crucial para Portugal. A importação de energia contribui neste momento para quase metade do défice da balança comercial. A recente aposta nas energias renováveis é, pois, uma contribuição importante para a correcção dos desequilíbrios externos do País. A electricidade gerada a partir de fontes renováveis constituiu em 2010, 50,2% do total de produção eléctrica acrescido de importações líquidas, um crescimento em relação aos 33,9% de 2003
7. Redução da Burocracia
Portugal subiu da 48.ª para a 7.ª posição na hierarquização de disponibilidade online de serviços e, segundo dados da Comissão Europeia, tornou-se em 2009 o líder europeu em termos de disponibilidade e sofisticação de serviços públicos online, um salto em relação à 16.ª posição de 2004.
Portugal subiu da 48.ª para a 7.ª posição na hierarquização de disponibilidade online de serviços e, segundo dados da Comissão Europeia, tornou-se em 2009 o líder europeu em termos de disponibilidade e sofisticação de serviços públicos online, um salto em relação à 16.ª posição de 2004.
8. Mercado de Trabalho
Portugal começou a mudar a sua legislação laboral no sentido do aumento da flexibilidade, revertendo desta forma a tendência que se verificara nos trinta anos anteriores. O Código do Trabalho sofreu alterações em 2003 e, mais substancialmente, em 2009, com o maior aumento de flexibilidade entre os países da OCDE de acordo com os indicadores desta organização.
Portugal começou a mudar a sua legislação laboral no sentido do aumento da flexibilidade, revertendo desta forma a tendência que se verificara nos trinta anos anteriores. O Código do Trabalho sofreu alterações em 2003 e, mais substancialmente, em 2009, com o maior aumento de flexibilidade entre os países da OCDE de acordo com os indicadores desta organização.
7 Comments:
Amigo...quanto a flexibilidade laboral....a dobra na espinha foi tal que os empresários afinal puseram-se mas foi na alheta e deixaram a malta a trabalhar com o ar....
...além disso ninguém respeita quem não se dá ao respeito...quer dizer os europas ainda pensam mas é ...que raio de tipos são aqueles que nem lei têm...???...o melhor é passar ao lado...!!
Como é possível.... num País da UE em que esta exige níveis de cloro adequados na água...o máximo rigor com licenças de utilização das casas e certificados energéticos das mesmas...e depois há pessoas a quem cortam a água por que não têm dinheiro para a pagar...???
e aonde vão elas buscar água..???..ou será que o dito líquido é só para quem pode pagar...???
Ora toma..!!!.ainda virá o dia em que só respira quem tiver dinheiro para pagar o ar...
Se calhar o problema até nem será esse...o problema é mais o de privatizar ou não a água...privatizar ou não o ar.. . sim ....porque para circular por essas estradas e estacionamento nas ruas da cidade.estamos já conversados...!!!
...nem de burro....!!!
Bem dizia o tipo das "massas"...é que a malta andava a viver acima das possibilidades...
e ....na verdade já viu os regulamentos da UE...que até exigem que a malta ande lavadinha... cheios de higiene ...prevenção na saúde com as couves embrulhadinhas em plástico...tudo de luvas na pastelaria...e máscara no refeitório...e frango artesanal...criado na capoeira da Ti Mariquinhas ...nem pensar ....quando afinal há por aí pessoal sem água para beber...???
Não sou favorável à flexibilização do trabalho. No fundo, o objectivo é o mesmo de sempre - o embaratecimento do trabalho.
Então para o Sr. Carlos Sério a "desgraça do país" só começou com estes indivíduos? E os seus antecessores? Esses foram fantástico! O Sr. ignora que já, em 1976, foram pedir dinheiro ao estrangeiro para comprar bens de primeira necessidade, pois já tinham destruido, praticamente, a economia do País? Claro que era preciso dar a entender ao Povo que o Estado Novo tinha o país na miséria, deliberadamente, e os de Abril esses é que eram, pois foram buscar o dinheiro que o Salazar não queria distribuir e, com ele, o povo ia viver muito melhor. Todavia, a realidade era outra muito diferente mas assim tiveram o Povo enganado até os credores dizerem que assim já não podiam emprestar mais dinheiro. E o Sr. que até faz umas análises económicas muito correctas sabe bem que assim é. Portanto, não esteja a branquear toda essa gente que levou o País à ruina.
A realidade é o que é e os dados são o que são, meu caro “anónimo”. A realidade não permite nem branqueamentos nem sujeira.
Quanto à época do antes do 25 de Abril de 74, apesar dos erros que se cometeram no pós- revolução, também aqui os dados são o que são:
Eis os maus resultados ao longo de 40 anos:
TAXA de ANALFABETISMO
1982…………18,6%
2012…………5,2%
PIB per capita (preços constantes 2006)
1981…………..8.157
2012…………..14.748
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL
1981…………..21,8
2012…………..3,4
IDOSOS (mais de 65 anos)
1981………….1.132.638
2012………….2.020.126
ESPERANÇA DE VIDA À NASCENSA (sexo masc.)
1981………….68,2
2011………….76,7
ALUNOS MATRICULADOS NO ENSINO SECUNDÁRIO
1981……………347.911
2012……………411.238
ALUNOS MATRICULADOS NO ENSINO SUPERIOR
1981……………83.754
2012……………390.273
ALUNOS DIPLOMADOS
1991…………..18.671
2012……………81.405
%PERCENTAGEM DE MULHERES NO TOTAL DE DOUTORAMENTOS
1981………….29,5
2012…………..54,1
NÚMERO DE MÉDICOS
1991…………..28.326
2012…………..43.863
EMPREGADOS NO SECTOR PRIMÁRIO (%)
1981……………26,7
2012……………10,5
POPULAÇÃO RESIDENTE
1981……………9.851.300
2012………….10.514.800
Habitue-se a contestar com provas, com números e não com fraseaado sem fundamentação.
O Sr. Carlos Sério para me provar que a época do Estado Novo foi um desastre tem que fazer a comparação com o que era antes, isto é, compare os dados que menciona com os da monarquia e da primeira república e depois conversamos. Agora vir dizer que antes de Abril era assim e depois é fantástico não é correcto.
"Apesar dos erros que se cometeram no pos-revolução" esta frase diz tudo,pois o Sr. chama erros a crimes ; até já parece os comunistas que sempre chamaram erros aos hidiondos crimes cometidos pelo estalinismo. Além dos tais números que apresenta nem todos serem correctos, atirados assim ao ar sem comparações nada valem. Por outro lado o Sr. Carlos Sério não conseguiu contestar nada daquilo que eu mostrei e o Sr. sabe que é verdade. Com os meus respeitosos cumprimentos.
Postar um comentário
<< Home