O Garrote(II)
As agências de rating são uma criação do poder financeiro internacional e desenvolvem as suas intervenções com o único objectivo de proteger e fortalecer os interesses desse poder financeiro.
Manipulando ou falseando dados e cenários económicos à medida das suas conveniências de momento pouco lhes importando que os seus pareceres de hoje sejam desmentidos categoricamente algum tempo depois (a atribuição das mais altas classificações aos activos financeiros tóxicos da dívida do subprime são disso um dos melhores exemplos). A manipulação é propagandeada num momento preciso e é isso que lhes importa.
As agências de rating são uma poderosa arma do poder financeiro
internacional usada para manipularem os juros da dívida pública e desse modo
imporem aos países as políticas nacionais (orçamentais) que mais servem os
interesses dos seus mandantes. Neste sentido todos os países economicamente
mais débeis do euro trazem um garrote ao pescoço que é alargado ou apertado
consoante as políticas dos governos se aproximem ou afastem da satisfação dos
tais poderosos interesses financeiros e económicos.
Portugal não é excepção, mesmo com um governo da família
socialista europeia. Basta um pequeno abrandamento da austeridade como o
governo se comprometeu, para se sentir a imediata inquietação do poder
financeiro. Para quem ainda não entendeu, a austeridade
não é outra coisa senão a operação pela qual tal poder obriga os países a
transferirem rendimentos das classes populares (trabalhadores e classe média)
para os seus bolsos. Antigamente chamava-se a isto luta de classes e apropriação (exploração),
de uma classe, a mais poderosa, dos rendimentos do trabalho da outra.
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