AFINAL, QUEM ESTÁ ESGOTADO, O NEOLIBERALISMO OU A SOCIAL-DEMOCRACIA?
Nada
prova que os ideais sociais-democratas se encontrem desactualizados ou “fora de
tempo”. Pelo contrário, cada vez mais tais ideais se mostram como os mais
convenientes para um desejável e renovado crescimento social e económico das
sociedades.
Foi
precisamente o abandono dos ideias sociais-democratas nos finais da década de
setenta, com a nova doutrina neoliberal adoptada por Reagan e Thatcher, obedecendo
aos princípios enunciados por Hayek e Friedman, que originou a partir de então um
continuado empobrecimento dos países - um menor crescimento económico, um maior
desemprego e um aumento das desigualdades sociais.
O
EPI (Economic Policy Institute, de Washington) mostra por outro lado, como
desde 1970 até 2013, a produtividade nos EEUU cresceu em 64,9%, enquanto o
salário médio da maioria dos trabalhadores dos EEUU (80% da força laboral no
sector privado) cresceu apenas 8%, oito vezes menos que o crescimento da
produtividade. A consequência disto é que a grande maioria da riqueza criada,
como resultado do crescimento tão notável da produtividade, não se repercutiu
na sua compensação salarial. E na Europa esta matriz de desenvolvimento foi em
tudo igual ao EEUU. Desde 1978 até 2011 os rendimentos do trabalho baixaram de
53% a 44% do PIB, enquanto os rendimentos do capital subiram muito
acentuadamente.
Desde
1980 assistimos portanto, a uma
transferência da riqueza produzida do trabalho para o capital, através da
redução directa dos salários e de uma menor fiscalidade sobre o Capital, uma
vez que menores receitas do Estado contribuem para um menor apoio social, isto
é menor apoio aos trabalhadores.
A
transferência de rendimentos para os ricos e os super-ricos com o argumento de
que são eles que criam riqueza e postos de trabalho, tem demonstrado ao invés, um
cada vez menor crescimento e um cada vez maior desemprego.
O
que tem acontecido desde 1980 é um aumento sempre crescente do desemprego e um
decréscimo do crescimento económico culminando na crise de 2008 com a recessão
económica e o desemprego massivo em especial o dos jovens, crise que se
encontra longe de estar ultrapassada, sem que os governos neoliberais nos
apresentem perspectivas de futuro. Insistem em que “não há alternativa” ao
neoliberalismo, mesmo quando observam o presente desastre económico e social
provocado pelas suas políticas, pelas suas “reformas” neoliberais. Chegamos à
conclusão que nada mais têm para oferecer senão um continuado empobrecimento e
um aprofundamento da austeridade.
E,
a Social-Democracia continuará a ser a resposta de combate mais adequada. Uma
Social-Democracia mais participativa e com um controlo social mais actuante
sobre o Estado e sobre as empresas.
Será
este seguramente o caminho para ultrapassar a crise social em que vivemos e dar
esperança, confiança para o futuro e melhores condições de vida e bem-estar às
famílias.
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