RUI RIO, O PRÓXIMO NOVO LÍDER DA DIREITA
Algo está a
mudar nas forças da direita neoliberal nacionais.
Tais forças,
apoiantes do governo de Coelho e Portas e das suas políticas neoliberais
durante os últimos quatro anos, assistiram com preocupação à mudança
governativa e à formação de um novo governo, agora do PS, com apoio parlamentar
do PCP e BE.
Como Coelho,
pensaram que seria muito difícil a António Costa e ao seu governo reverter as
medidas de cortes de salários, pensões e benefícios sociais aplicadas pelo
anterior governo PPD/PP sem que tal colocasse em causa a redução do défice
público, o acerto das contas públicas e todas as outras imposições económicas e
orçamentais de Bruxelas. E, que seria impossível ao actual governo gerir os compromissos
que assumiu com os seus parceiros parlamentares face a tais exigências.
O PPD e
o seu parceiro de coligação, enveredaram pela prática de uma oposição de
ruptura e subversão, que vive da criação sucessiva de factos políticos artificiais
e fantasmagóricos e fora da realidade, colocando-se assumidamente fora do
diálogo democrático e procurando criar um clima de instabilidade política permanente.
E com a
comunicação social, hoje nas mãos de grandes interesses económicos e
financeiros, parceira solícita na divulgação desta trama.
São muitos
os exemplos ao longo do tempo do desenrolar desta estratégia. Começou com a
recusa afrontosa de apresentação de propostas na discussão do orçamento de
2016, depois anunciaram “que o orçamento de 2016 era um “esboço”, que a
Comissão Europeia não o aprovava, depois foi “a novela do “Plano B”, um plano
de austeridade que o governo de António Costa “mantinha escondido”, novela que
teve honras de divulgação de primeira página nos jornais e abertura de
telejornais dias seguidos. E, quando o Programa de Estabilidade foi apresentado
a Bruxelas e nele não constavam os cortes nas pensões e salários nem aumentos
do IRC, IRS ou IVA (o tal plano B) afirmaram então com a maior das convicções
que “tais cortes e aumentos não aparecem agora mas virão mais tarde”.
E, como não
houve mais cortes nem as previsões diabólicas anunciadas por Coelho se
materializaram, com os juros da dívida pública estáveis, com Bruxelas a
suspender as sanções pelo défice excessivo de 2015 e o orçamento de 2017
aprovada pela maioria parlamentar, PS,PCP e BE e aceite, tudo o indica, pelo
euro-grupo, esta estratégia de Passos Coelho, apostada no artificialismo e na
invenção de casos políticos fantasmagóricos, perante esta realidade, apresenta-se
aos olhos das forças da direita, como
desajustada e sem mais razão de ser.
Com a
consolidação do governo de António Costa e com a economia a renascer das
atribulações porque passou nos tempos do anterior governo e, com todos os
índices económicos e sociais a desmentirem dia a dia as fabulações da coligação
PPD/PP, compreendem as forças neoliberais
de direita que a estratégia até aqui prosseguida por Passos Coelho se
encontra esgotada e ultrapassada e que se torna necessário uma mudança e um
novo líder para encabeçar uma nova estratégia.
Ninguém
estranhará portanto, que a comunicação social mude de “tom”, e as fabulações de
Coelho, até aqui por ela propagandeadas, passem a ser mais espaçadas e com um tempo
de antena mais reduzido.
A mudança de
líder e de estratégia da direita neoliberal já iniciou a sua marcha.
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