DANÇAR AO SOM DA MÚSICA TOCADA POR ANTÓNIO COSTA
“Os “empecilhos”, tal como o BE e o
PCP foram apelidados pelos mais altos responsáveis do PS, juntaram-se ao
PSD-Madeira para a viabilização do Orçamento de 2020.
Aprovaram com a sua abstenção um
orçamento de uma natureza muito diferente e mesmo contrária à dos orçamentos
anteriores. Ao contrário do que diz o PS este não é um “orçamento de
continuidade” pois não reflecte a estratégia de desenvolvimento da “DEVOLUÇÃO
DE RENDIMENTOS COMO MOTOR DO CRESCIMENTO ECONÓMICO”, isto é, que fundamenta a
sua estratégia na expansão e alargamento da Procura tal como se verificou em
qualquer dos quatro orçamentos da anterior legislatura.
É ANTES, UM ORÇAMENTO QUE ESVAZIA
UMA TAL ESTRATÉGIA E ETERNIZA, PERPETUA OS CORTES DA GOVERNAÇÃO DE
COELHO/PORTAS como o corte do aumento para 23% do IVA da electricidade ou os restantes
cerca de 2.000 milhões de euros ainda não devolvidos do corte dos 3.000 milhões
em IRS de 2013 no tal “aumento colossal de impostos” de Gaspar. Perpetuar estes
cortes sem qualquer argumentação séria, (a eficiência energética de que fala o
PM justificando uma descida do IVA da electricidade é deveras infeliz uma vez
que 54,9% da electricidade já provem de fontes renováveis), não é justificável
nem aceitável.
E, se antes viabilizaram um orçamento
feito à medida de Centeno, vêem-se agora sem margem de manobra para votarem
contra um orçamento com algumas pequeníssimas e avulsas cedências.
O PCP, MAS SOBRETUDO O BE, VÊ-SE
ASSIM OBRIGADO A DANÇAR AO SOM DA MÚSICA TOCADA POR ANTÓNIO COSTA e a
viabilizar um orçamento que ao ser de estagnação na devolução de rendimentos é
um orçamento de uma natureza diferente e contrária aos orçamentos anteriores e,
deste modo, de cariz pró-neoliberal e consequentemente pró-austeridade.
O mais sensato seria seguramente
terem voado contra o orçamento na generalidade (o PSD-Madeira assegurava só por
si a viabilização do orçamento) e esperarem pela discussão na especialidade para,
perante as alterações e o alcance da satisfação das suas exigências, viabilizarem
ou não o orçamento. Não o fizeram e agora nada mais lhes resta do que viabilizarem
o dito independentemente da aceitação ou não das propostas que apresentaram.
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