“VIRADA A PÁGINA DA AUSTERIDADE”
TAL COMO O PS ANDOU A SIMULAR, após
as eleições legislativas, quando afirmou que pretendia manter e continuar as negociações
com os seus antigos parceiros parlamentares para prosseguir “as políticas de
devolução de rendimentos como estratégia de desenvolvimento económico e social”
(que tão bons resultados obtiveram na legislatura anterior), também os seus
anteriores parceiros da “geringonça”, depois de verificarem não serem sérios
tais anúncios e propósitos de negociação antes assistindo à virada liberal do
PS, DEVEM AGORA MANTER ESTE JOGO DE SIMULAÇÃO apenas até ao primeiro dia da
discussão do Orçamento no Parlamento para aí desmascararem esta “jogada política
mistificadora” e oferecerem ao PS o voto que ele merece.
“Virada a página da austeridade”, diz o programa de governo.
Como se os cerca de 9.000 milhões de
euros devolvidos na última legislatura findassem, encerrassem as devoluções
quando conhecemos a grandeza dos cortes, nada menos de 18.000 milhões de euros,
aplicados pelo governo de Coelho/Portas.
Não, para que as famílias regressem
ao nível de rendimentos de 2011 ainda falta um longo caminho a percorrer, nada
mais nada menos que outros tantos 9.000 milhões de euros.
A política de devolução de
rendimentos, a ALTERNATIVA, como estratégia de crescimento económico, tão manifestamente
odiada pelas forças da direita durante os últimos quatro anos, parece ter
morrido com a geringonça para dar lugar a uma outra velha estratégia tão
querida das forças da direita e dos senhores de Bruxelas. Uma estratégia de
“contenção” com os avisos costumeiros “do não deitarmos tudo a perder” ou “não dar
um passo maior que a perna” e outros que tais. No fundo a velha política da
“austeridade para sair da austeridade”, a já conhecida política neoliberal que
tem como resultado, assim o demonstra o passado, o agravamento das
desigualdades sociais e o empobrecimento perpétuo das famílias.
É um tremendo equívoco, um tremendo
engano, pensar que será com maior ou menor austeridade que se alcança um maior desenvolvimento
económico, tão necessário e indispensável para as obrigações da dívida e o
reforço das funções sociais do Estado, como a Saúde, a Educação ou a Segurança.
Com mais ou menos austeridade acontece precisamente o contrário, como aliás
ficou provado na anterior legislatura. Só uma política de justa distribuição da
riqueza criada, só com melhores salários e menos impostos sobre o trabalho a
economia ganha músculo, cresce e progride.
Os seus anteriores parceiros
parlamentares só têm agora que veementemente, no Parlamento e durante a
discussão do orçamento, denunciar esta alteração de conduta do PS. E
manifestarem e expressarem-se de modo a nunca ficarem associados a esta nova
política do PS.
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