segunda-feira, fevereiro 15, 2016

EXECUÇÃO DA SENTENÇA ADIADA



 

Num momento em que temos um presidente da República eleito mas sem ter tomado posse, com um outro em fim de mandato a distribuir medalhas, e com um governo sem plenitude de funções, ainda sem Orçamento e com a aprovação prevista para 24 de Março, numa tal situação, seria certamente a ocasião menos oportuna para a criação de uma crise política em Portugal.
 Depois da precipitação da semana passada de que resultou o brusco e brutal aumento dos juros da dívida portuguesa, terão reconhecido as forças neoliberais europeias e o seu líder-patrão incontestado, o ministro das finanças alemão Wolfgang Schauble que, nas condições políticas em que se encontra Portugal seria na verdade precipitado e extemporâneo promover o desencadear de uma crise política.
Repensaram e reconheceram a sua precipitação, justificada apenas pelo frenético desejo, pela ânsia obsessiva de interromper um caminho alternativo à austeridade.
Não há necessidade de queimar etapas. A manipulação dos juros da dívida pública, constitui uma sua arma apontada à cabeça do governo e estará sempre pronta a ser usada quando bem o entendam.
 
E, ou a configuração política das instituições europeias se altera rapidamente ou, temo bem, o governo de António Costa, já julgado e com a corda no pescoço, aguardará simplesmente alguns meses pela execução da sentença.