SALÁRIO E PRODUTIVIDADE
Desde os anos oitenta, os rendimentos do capital foram subindo, e os do trabalho foram baixando. E isso não aconteceu por mera casualidade. Se olharmos para como evoluiu a produtividade laboral (medida pelo produto produzido numa hora de trabalho) ver-se-á que durante o período dos anos quarenta aos anos sessenta, dita produtividade aumentava uns 3% por ano (em média), a mesmo percentagem em que aumentavam os salários (medido pelo salário por hora), o que explica a quase constância na distribuição dos rendimentos.
Como bem disse Alejandro Reuss na revista Dollars and Sense (Nov/Dic 2011), durante esta época o bolo aumentava ao mesmo ritmo que aumentavam os salários, pelo que a percentagem que os salários representavam do total dos rendimentos permanecia igual.
Mas, se analisarmos a evolução da produtividade a partir dos anos oitenta vemos que a produtividade laboral cresceu uns 2% por ano, enquanto o salário por hora cresceu somente uns 1%. A distância entre o que o trabalhador produzia e o que se lhe pagava aumentou, de maneira que a distribuição da riqueza produzida se realizava a favor do capitalista à custa do trabalhador, que recebia uma compensação menor.
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