segunda-feira, janeiro 18, 2021

O CHEGA E O NAZIFASCIMO

 


É imperdoável que o Tribunal Constitucional tenha considerado o Chega como um partido da área democrática defensor e respeitador da Constituição Portuguesa. Como é igualmente imperdoável e irresponsável que o PSD de Rui Rio o tenha legitimado ao aceitar a sua participação na coligação governativa dos Açores.

Há que chamar as coisas pelo seu nome. Ventura é um pequeno nazifascista. Em seus comícios, a teatralidade dos seus gestos, a sua voz alterada, os insultos, o ódio aos ciganos, aos emigrantes africanos, aos comunistas, aos pobres e mais miseráveis, tratados como parasitas da sociedade, são em tudo semelhantes e fazem parte das intervenções dos nazis e dos fachos da década de 40.
Revejam-se as intervenções nazifascistas de então e verificar-se-á toda a parecença e encenação com as intervenções do Ventura de hoje. Ele faz culto em imitá-los e deve ter estudado e ensaiado as suas posturas.
O objectivo do Chega é subverter as instituições democráticas, infiltrar-se nas forças de segurança, combater os princípios solidários constitucionais. É um partido que se afirma, xenófobo, racista e anti-sistema como se comprovou pelas intervenções e propostas do seu Congresso recente. Julgar que ele poderá “moderar-se”, como diz Rui Rio, seria pensar que ele próprio renunciaria aos princípios em que assenta a sua própria razão de ser.
Isto não significa que o Chega não venha a ter uma votação expressiva em próximas eleições. Todos nós nos temos cruzado com alguém que de algum modo tem demonstrado ao longo dos anos conviver mal com a democracia, não escondendo alguma simpatia pelo passado anterior ao 25 de Abril. Muitos vêm sendo simpatizantes do PSD e CDS e agora é muito previsível que todos estes órfãos do passado se aglutinem no partido Chega.
Por outro lado, os erros e as actuações pouco dignas da governação democrática ao longo dos últimos anos, contratos ruinosos com entidades privadas que prejudicam o estado, uma total inacção em tornar a Justiça actuante e eficaz ou uma prática legislativa da Administração Pública favorecendo as elites partidárias dominantes, promovem a acção populista desenfreada do partido do pequeno Ventura e aproxima muitos incautos à propaganda do Chega.
Saibam as instituições democráticas terem consciência do perigo para o regime democrático do alastramento das teorias nazifascistas propagandeadas pelo Chega.