sexta-feira, março 02, 2018

RUI RIO, UM HOMEM DO PASSADO A VIVER NO PASSADO, COM UM DISCURSO FIM DE CONGRESSO DESONESTO, PATÉTICO E FORA DA REALIDADE

Rui Rio, ao criticar, desprezar e rejeitar no seu discurso de fim de Congresso as políticas social-democratas que o governo do PS com o apoio parlamentar do BE e PCP vem aplicando desde há dois anos e que tão benéficos resultados trouxeram ao país quer no campo social, orçamental ou económico, revelou a sua mesquinhez política, revelou a sua falta de rigor na análise da política nacional, revelou ainda e sobretudo, a sua matriz neoliberal e a sua pretensão, oculta numa roupagem pseudo social democrata, de continuar na crença das velhas políticas neoliberais do anterior governo PSD/CDS, que tão péssimos resultados obtiveram para sofrimento dos portugueses.
Desvalorizou o crescimento económico de 2,7% do PIB que é só o maior crescimento atingido por Portugal desde o ano 2000, como desvalorizou ignorando o valor do défice Público de 1,3% em 2017 o mais baixo registado desde Abril de 1974, como desvalorizou ignorando o valor da taxa de desemprego, como desvalorizou ignorando valor mais alto do emprego, como desvalorizou ignorando todos os outros indicadores económicos que demonstram a justeza da inversão das políticas neoliberais, a justeza das políticas de distribuição e devolução de rendimentos levadas a cabo pelo governo de António Costa.
Mais, atribuiu os extraordinários resultados económicos destes últimos dois anos, apenas e tão só, à conjuntura económica externa. E o seu alheamento da realidade económica, a sua ilusão económica é tão grande que vai ao ponto de dizer que um outro qualquer governo, um outro governo que fosse, segundo ele, “amigo do investimento e das empresas” e que não se encontrasse “amarrado” ao BE e ao PCP, como por exemplo, subentende-se, o último do PSD/CDS de Passos Coelho atingiria com facilidade maiores crescimentos económicos que os agora verificados.
Rui Rio nega os efeitos muito positivos e indispensáveis ao relançamento económico levados a cabo pelas políticas de reversão de António Costa. Despreza e condena como bem declarou as políticas que fomentam o consumo através da elevação dos rendimentos das famílias, atribuindo ao consumo uma dimensão negativa no crescimento económico. Aqui é o velho liberal a falar, doutrinado nas teorias de há três séculos atrás, no pensamento “em que a oferta cria a sua própria procura” teoria requentada por Friedman no último século. E assim, no remanso desta teoria, dêem-se todas as facilidades às empresas, baixando IRC, desregulando as leis laborais, tornando os salários mais baratos, retirando força aos sindicatos “já que estes não permitem que haja uma “livre” contratação da mão-de-obra, impedindo que o valor da força de trabalho se fixe pelas leis de mercado (Friedman).” A teoria é velha mas os seus seguidores são actuais. Deram-lhe novas roupagens e criaram novos conceitos. E exigem, a bem da “modernidade”, as chamadas “reformas estruturais” para melhor e mais rapidamente concretizarem os seus objectivos anti sociais.
  Rui Rio, um homem do passado a viver no passado, com um discurso fim de Congresso desonesto, patético e fora da realidade. Uma desilusão para quem ainda acreditava ser possível a Social Democracia no PSD.