sexta-feira, agosto 31, 2007

"Uma questão de Estado"


Pacheco Pereira é um homem do regime. Vive nele e dele se alimenta. É uma das figuras, como algumas outras, Ângelo Correia, Bettencourt Resende, Duarte Lima ou Narana Coissoró, por exemplo, do nosso político jet-set mediático. Todos eles colaboram e se tornam indispensáveis à vigência e credibilidade do sistema saído do 25 de Abril.

Tudo isto a propósito da intervenção pública que Pacheco Pereira decidiu fazer no seu blog à visita de Marques Mendes ao Museu Nacional de Arte Antiga onde, ao lado da directora demissionária do Museu, teceu críticas ao governo.
Insurge-se Pacheco Pereira pelo facto de tais criticas serem proferidas ao lado de Dalila Rodrigues em “exercício de funções”. Contudo, esclarece o autor do Abrupto, não haveria lugar a qualquer reparo se “tudo aquilo era possível, com Marques Mendes visitando o Museu ao lado de Dalila Rodrigues, ambos como cidadãos e políticos, no pleno exercício dos seus direitos, criticando o Governo como entendessem”.

Verificamos assim que Pacheco Pereira coloca a defesa do regime acima de qualquer outro valor. Acima mesmo de qualquer fidelidade partidária.
Mas Pacheco Pereira está errado. O regime ao fim de quatro décadas pós 25 de Abril encontra-se caduco, decrépito e corrupto.
E quanto mais decrépito, corrupto e degradado se apresenta o regime, maior desprezo ele apresenta pela ética e pelos valores morais ao mesmo tempo que manifesta o maior respeito pelas formalidades e protocolos.


pavel krukov

quarta-feira, agosto 29, 2007

os cozinhados do governo (II)

Anunciou recentemente o governo que o Défice para 2007 deverá ser inferior ao previsto.
Depois do foguetório que Teixeira dos Santos, Sócrates, todo o governo e o PS fizeram aquando do anúncio do défice de 3,9% para 2006, um foguetório estranhamente não contestado pelos economistas da nossa praça dado tratar-se de um falso valor (na verdade o Défice real de 2006 foi de cerca de 6,7%), prepara-se agora para lançar na opinião pública igual intoxicação.
Na verdade, se comparar-mos os Défices de 2006 com o de 2004 (o Défice de 2005 por ser um ano de transição de governos, 3 meses de governo PSD/CDS e 9 meses de governo PS não permite comparações justas), verificamos que retirando as receitas extraordinárias nos dois casos e acrescentarmos ao ano de 2006 as receitas provenientes do aumento de 2% do IVA, da desorçamentação verificada no Instituto das Estradas (0,47% do PIB) e dos cortes Sociais aplicados em 2006, constatamos que o tal Défice de 3,9% de 2006 apresenta realmente um valor muito próximo dos 7%.
As receitas extraordinárias equivalem a 1,4% do PIB (antecipação de impostos sobre o tabaco (300 milhões), vendas de património (439 milhões), dividendos extraordinários e antecipados (REN-60 milhões), dividendos extraordinários (GALP-124 milhões, recuperações de créditos líquidas de adicionais da operação de titularização(1.198 milhões); as receitas provenientes do aumento do IVA correspondem a 0;45% do PIB; as “poupanças” com os cortes Sociais estimam-se em 0,45% do PIB. Tudo somado resulta num Défice real para 2006 de 6,67% do PIB! Recorde-se que o Défice de 2004 atingiu o valor de 5,2% do PIB.
Se os homens do governo fossem gente séria não existiria seguramente lugar para quaisquer festejos. Bem pelo contrário. A economia não arranca (uma vez que se não criam as condições indispensáveis para o seu arranque) e o País afunda-se cada vez mais.
O Défice real de 2007 (com receitas extraordinárias), não andará seguramente muito longe do observado em 2006. Mas, com a propaganda do governo que até agora se tem mostrado eficaz, com a incompetente oposição e a subserviência e igualmente incompetente comunicação social, é provável que o governo anuncie um Défice inferior a 3% e todos batam palmas!
Palestinian relatives of Fared Abu Daher react during his funeral in the southern Gaza strip, August 27, 2007. Israeli troops on Monday shot and killed Abu Daher near the border fence between the Gaza Strip and Israel, the army and Gaza medical staff said. An Israeli army spokesman in Tel Aviv said troops had opened fire at a man whom they suspected was trying to plant a bomb on the Gaza side of the border fence. (Reuters)

massimo squilloni

segunda-feira, agosto 27, 2007

os cozinhados do governo

O INE (Instituto Nacional de Estatística) no seu Relatório da Síntese Económica de Conjuntura de Julho de 2007, afirma que o PIB nacional sofreu uma desaceleração do primeiro para o segundo trimestre de 2007, passando de 2,0% para 1,6%.
Mas a coisa, a seus olhos, não será assim tão grave uma vez que segundo o próprio INE “o PIB dos países clientes (UE27), tendo em conta as estimativas rápidas divulgadas pelo Eurostat para o segundo trimestre, deverá ter apresentado um abrandamento significativo, passando de 3,1% no primeiro trimestre para 2,8% no segundo”.

Na ânsia de adoçar a pílula o INE não se poupa a esforços indo mesmo ao ponto de falsear os dados do Eurostat. Na verdade, consultando aqueles dados, pode ler-se que ao contrário do que quer fazer crer o INE, o PIB dos países da (UE27) aumentou 0,5% no 2º trimestre de 2007 face ao 1º trimestre de 2007.
A desinformação do INE reside da “ conveniente confusão” que faz da leitura dos dados do Eurosatat.
Além de especificar o aumento do PIB de 0,5% na zona euro do primeiro para o segundo trimestre de 2007, o Eurostat afirma igualmente que “o 2º trimestre de 2007 face ao 2º trimestre de 2006 o PIB cresceu 2,8% (UE27) enquanto que no “1º trimestre de 2007 face ao 1º trimestre de 2006 o PIB cresceu 3,1%”.
Como vemos são coisas distintas sendo inadmissível o “engano” do INE.
Nunca antes se assistiu a tão grande governamentalização da Administração Pública.
Só pecarão assim por tardias as oportunas palavras do Presidente da Republica quando no encontro do International Statistical Institute afirmou: “É importante que a produção de informação não ceda à conveniência ou às tendências do momento. É fundamental que o trabalho estatístico seja produzido e transmitido com clareza e independência”.

SEM COMENTÁRIOS




quarta-feira, agosto 01, 2007

BOAS FÉRIAS

FRASE DO DIA

Isto para não falar da triste figura dos deputados do PS que usam a cabeça como tapete para o governo limpar os pés. (João Gonçalves no portugaldospequeninos)