A AUSTERIDADE MATA
Depois destes quatro últimos anos de governação PPD/CDS podemos chegar desde já a uma conclusão – a austeridade imposta pela troika e acarinhada pela governação Coelho/Portas não funcionou.
O PIB vem diminuindo desde 2011 e recuou para níveis de 2004. E se um dos problemas do país era o endividamento, bem aqui a receita da austeridade também não funcionou, pelo contrário, agravou a dívida pública em mais de 30 pp, passou de 93% para 130% em 2015.
Bem, mas desta “experiência da austeridade” imposta ao país nestes últimos quatro anos, uma conclusão mais poderemos retirar – na mesma medida em que se retiraram rendimentos às famílias, à economia, assistiu-se a um recuo do crescimento económico, do PIB. Recorde-se que em 2012 foram retirados aos rendimentos das famílias cerca de 12.300 milhões de euros, agravando-se tais cortes de rendimentos nos anos seguintes, obtendo-se em média para cada um dos últimos quatro anos um corte de cerca de 18.000 milhões de euros nos rendimentos das famílias.
Quer dizer, o dinheiro retirado às famílias nestes últimos anos provocou um recuo do crescimento económico, um recuo da riqueza produzida no país. É a prova de que o “ajustamento”, o empobrecimento ou o raio que lhe queiram chamar provocou um brutal recuo económico e um brutal aumento da dívida pública. Precisamente o contrário do que afirma a propaganda da direita neoliberal reaccionária que constantemente, e agora ainda, nos quer convencer das “virtudes da austeridade”.
As políticas da austeridade, está provado, são uma grande trampa. Não provocam nenhum dos efeitos económicos benéficos que apregoa.
Ao contrário, provoca o empobrecimento das famílias e do país, e cria um crédito mal parado nas instituições financeiras que atinge hoje os 30.000 milhões de euros e coloca em causa a sustentabilidade do sistema financeiro nacional. É o reverso da medalha. Até o capital financeiro é atingido pelas políticas da austeridade.
Bem andava certo Keynes quando demonstrou aos ricos que a miséria é também ruim para os ricos, e não apenas para os pobres.