HÁ OU NÃO HÁ INVERSÃO NO DISCURSO?
António Costa
e o seu governo afirmavam então que tais medidas políticas eram perfeitamente
compatíveis com o acerto das contas públicas e com os compromissos com
Bruxelas. Não se falava então nos cuidados a ter com uma eventual futura
economia externa desfavorável nem das más políticas que antes da crise “teriam
levado o país” a situações de ruptura. Não, todos os esforços estavam centrados
na política de devolução de rendimentos como motora do desenvolvimento
económico e do acerto das contas públicas.
Tanto a oposição
de direita como a própria Comissão Europeia não acreditavam nos resultados
desta alternativa política, desta alternativa de modelo social e até não se
furtaram muitas vezes a ridicularizar o ministro das finanças Mário Centeno por
tomar tal opção. Previam o caos orçamental e económico por esta inversão da sua
tão querida política de austeridade. Os comentaristas seleccionados de direita
nas televisões, a UTAO, a CIP, o PSD e o CDS repetiam vezes sem conta a
desgraça que se avizinhava, era o Diabo que vinha aí.
O governo
manteve-se firme na persecução da sua alternativa e hoje pode orgulhar-se da
justeza das suas opções políticas.
Não sei se
na verdade os “portugueses viviam acima das suas possibilidades” e se é
possível retornar aos rendimentos de 2011. Contudo, estamos ainda muito longe
dos rendimentos dos tempos anteriores à crise financeira internacional.
Será que uma
nova política de contenção nos levará a alcançar melhores rendimentos?