Nunca como agora a natureza da União Europeia se tornou tão transparente. A imagem, vendida até à exaustão pelos líderes europeus, de uma UE amiga e solidária, não passou nem passa afinal, de uma grande mentira. Compreende-se agora com maior facilidade e clareza, a razão por que os mais ricos e poderosos países da Europa se mostraram os mais entusiastas na criação da UE – encontrar caminho livre à expansão das suas fortes economias.
O que, ainda não há muitas décadas atrás, apenas era alcançado através da força dos exércitos com ocupação militar dos territórios das nações vencidas, é hoje conseguido, sem guerras e com a estupida anuência dos governantes dos países dominados, através de acordos e tratados, formalmente iguais para todos mas profundamente desiguais em sua essência.
Portugal, tornou-se assim presa fácil das fortes economias da França e da Alemanha, com os seus governantes assistindo irresponsavelmente à destruição acelerada da sua agricultura e industria, ao ponto de hoje o país se tornar dependente em cerca de 60% das suas necessidades alimentares e industriais.
Tinham até, ontem como hoje, orgulho em se mostrar “bons alunos”, ao obedecer cegamente às imposições da comissão europeia. Pagava-se para arrancar os nossos vinhedos e olivais, para destruir a nossa frota de pesca e parque industrial. Em troca, cresciam como nunca as importações e oferecia-se dinheiro e crédito barato.
Portugal tinha perdido, e no primeiro dia em que acedeu ao euro, a sua independência económica. Tinha perdido a única e mais poderosa arma da sua independência económica – o escudo. A partir desse momento encontrava-se subjugado aos interesses económicos e financeiros dos mais poderosos países da UE.
A União Europeia serve apenas os interesses económicos dos seus países mais poderosos. Serviu apenas para destruir e desestruturar as economias dos países mais débeis. E, por mais paradoxo que possa parecer, a nossa permanência na UE acabou por inviabilizar de facto o desenvolvimento racional e equilibrado da nossa economia.
A competição económica entre os países da UE nunca se mostrou tão declarada como agora. Como também nunca se mostrou tão manifesta a falta de solidariedade entre eles. Querem o dinheiro de volta que tão odiosamente nos emprestaram. No mais curto prazo. Pouco lhes importa que tal imposição atire o povo para a miséria e arruíne mais ainda a nossa economia. Os nossos governantes, seus comparsas, prestam-se igualmente ao mais odioso papel - conduzir o seu próprio povo ao incontornável precipício.
Com um
governo ilegítimo, só resta ao povo manifestar mais do que a sua indignação -
a sua revolta. Manifestando-se em massa junto à Assembleia da Republica e esperando a compreensão e o apoio das forças militarizadas, tal como advogou o capitão de Abril, Vasco Lourenço.
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