sexta-feira, maio 30, 2008

tramoço e minuins


Infelizmente os “consumidores políticos”, os seguidistas, só tardiamente compreendem a evolução histórica. Depois de grandes esperanças depositadas no neoliberalismo, eis que se verifica que tal pratica revela menos crescimento económico e grande agravamento nas desigualdades sociais. O modelo neoliberal, recauchutado do liberalismo de há dois séculos atrás, adaptado e perfilhado pela “globalização”, demonstra hoje, não responder aos anseios de progresso das sociedades. Não é possível deixar o “mercado” à solta, até porque hoje o mercado tal como se entendia há anos atrás já não existe, sendo substituído por oligarquias mundiais onde a competição económica se tornou inexistente ou demasiado débil (veja-se o caso presente da especulação dos preços dos combustíveis provocado pela especulação financeira das oligarquias mundiais).
O neoliberalismo e a divinização do mercado, tem os seus dias contados. É uma ideologia retrógada, embora tente convencer do contrário e procure sabiamente aparecer com um ar de inovação e “modernidade”.
Del mexicano Rufino Tamayo (1899-1991), El comedor de sandías, vendido por 3,6 millones de dólares (unos 2,3 millones de euros) durante una subasta de arte latinoamericano en la sede neoyorquina de Sotheby's.



Stonehenge, el famoso yacimiento prehistórico de Inglaterra, es solo un cementerio, y no un lugar construido con fines mágicos, según una investigación publicada por la revista National Geographic. (20 minutos)


Yuryev

quarta-feira, maio 28, 2008

Que fazer?


Para que os amigos e prezados comentadores deste Blog entrem também na discussão, transcrevo um excelente Post de Suzana Toscano do “quartarepublica” e os comentários que a propósito trocámos.

Menos selvagem

Uma Comissão criada em 2006 com o apoio do Banco Mundial, presidida pelo Prémio Nobel americano Michael Spencer, liberal ortodoxo, e composta por mais 20 personalidades de relevo mundial – Comissão sobre o Crescimento e Desenvolvimento – publicou um relatório que considera que é necessário um novo consenso para "tornar a mundialização menos selvagem", pondo em causa as políticas de desenvolvimento adoptadas no séc. XX na sequência do chamado “Consenso de Washington”. Este, elaborado pelo economista Jonh Williamson no fim dos anos 80, preconizou a redução dos défices, dos impostos e da despesa pública e a aceleração das privatizações e da desregulamentação.
Chegam agora à conclusão de que o Consenso de Washington “não teve em conta as consequências sociais das políticas que defendia, conduziu à insegurança económica e pôs as populações contra as reformas” consideradas necessárias no mundo global.O relatório da comissão é peremptório: “A ortodoxia tem limites e, se houvesse uma receita infalível, já a teríamos descoberto”. E qual é a principal constatação? Pois bem. É a de que “o crescimento indispensável para fazer recuar a pobreza e assegurar um desenvolvimento sustentado reclama um Estado forte”.E que entendem eles por um Estado forte? De facto, a associação entre o crescimento saudável e o papel do Estado deixa por uma vez o estribilho do apagamento a eito dos sectores públicos versus o sector privado, antes evidenciam que tem que haver um “planeamento a longo prazo que permita funcionários melhor pagos e uma administração “competente, credível e motivada”. Diz mesmo mais, diz que os “investimentos públicos em infraestruturas, educação e saúde, longe de impedir o investimento privado, o estimulam”.

Este relatório é um grande sinal de alarme e um toque de finados ao liberalismo economicista do fim do séc. XX. É que os povos querem é viver melhor, não estão muito interessados em saber quem é que segue de perto as teorias que estão mais em voga…

Cara Suzana Toscano,
“Por uma globalização menos selvagem”, quer dizer, o que está em causa não é a selvajaria da “globalização” em si mesma, mas o seu grau, o grau mais ou menos elevado dessa selvajaria.
A pergunta urge. Que benefícios trouxeram para a humanidade a “globalização? Segundo um Relatório da UE a parcela de riqueza produzida que é destinada aos salários é actualmente a mais baixa desde, pelo menos, 1960 (o primeiro ano com dados conhecidos). Em contrapartida, a riqueza que se traduz em lucros, que remuneram os detentores do capital, é cada vez mais alta.
Em Portugal, 5% da população arrecadava em 1974, cerca de 12% da riqueza produzida, hoje arrecada cerca de 20%.
Falemos claro, quando se diz “globalização” selvagem, quer dizer-se, capitalismo selvagem ou, melhor ainda, imperialismo selvagem.
Não é novidade nenhuma para ninguém, pelo menos desde há dois séculos, que os resultados do imperialismo só poderiam ser aqueles a que assistimos. A democracia neoliberal, forma politica estrutural que melhor serve os objectivos do imperialismo, não poderiam dar outro resultado.
Claro que face ao agravamento social, como madalenas arrependidas, os seus próprios autores, vêm agora com lágrimas de crocodilo, manifestar preocupações sobre os resultados das sementes que espalharam.
Não podemos fugir ao desenvolvimento capitalista nem à democracia politica formal. Podemos sim, imprimir à democracia um modelo Social Democrata que regule o capitalismo imperialista e inverta este ciclo de distribuição da riqueza e desenvolvimento.

Caro Ruy
"podemos sim imprimir à democracia um modelo Social Democrata que regule o capitalismo imperialista e inverta este ciclo de distribuição da riqueza e desenvolvimento", isso é fácil de dizer, mas como transpor esse desejo para a realidade da acção política? Creio que é esse precisamente o pomo da discórdia ou, melhor, a fonte das dúvidas...

Cara Suzana Toscano,
A tarefa não será fácil, seguramente. Uma tal mudança só será possível com a ruptura do actual sistema político. Não será do PSD ou do PS que nascerão forças capazes de uma tal mudança ou mesmo de qualquer outro partido do nosso espectro partidário. Veja-se agora o caso da disputa de liderança do PSD, em que todos os candidatos se apresentam com políticas neoliberais e se tentam credibilizar na afirmação dessas políticas.
Com o continuado agravamento futuro das condições sociais surgirão seguramente novas forças politicas tendo como ideologia uma verdadeira alternativa Social Democrata na base do que antes afirmei. E não apenas em Portugal, onde a crise atinge maiores proporções mercê da corrupção política em que vivemos, mas por essa Europa fora. Levará algum tempo até que o descontentamento se generalize e ganhe uma nova dimensão política capaz de forjar uma nova formação política que objective verdadeiras alternativas.

terça-feira, maio 27, 2008


«O plutocrata não é, pois, nem o grande industrial nem o financeiro: é uma espécie híbrida, intermediária entre a economia e a finança; é a "flor do mal" do pior capitalismo. Na produção, não é a produção em si mesma que lhe interessa, mas a operação financeira a que pode dar lugar; na finança, a administração regular dos seus capitais não lhe interessa demasiado, mas sim a multiplicação graças a acrobacias contra os interesses alheios. O seu campo de acção está fora da produção organizada de qualquer riqueza e fora da normal circulação dos capitais em dinheiro; ele não conhece nem os direitos do trabalho, nem as exigências da moral, nem as leis da humanidade. Se funda sociedades, é para usufruir dos seus bens e passá-los a outros; se obtém uma concessão gratuita, é para a revender já como um valor; se se apodera de uma empresa, é para que esta suporte os prejuízos que outras o fizeram sofrer. Para chegar a isso, o plutocrata age no meio económico e no meio político usando sempre o mesmo processo: a corrupção. Estes indivíduos, a quem alguns chamam também grandes homens de negócios, vivem precisamente de três características dos nossos dias: instabilidade das condições económicas, falta de organização da economia nacional, corrupção política. (...) Advoguei sempre a política do simples bom senso contra a dos grandiosos planos, tão grandiosos e tão vastos que toda a energia se gastava em admirá-los, faltando-nos as forças para a sua execução.»
Salazar
(retirado do “portugaldospeqeninos”)

Queda no Investimento Estrangeiro

("Portugal de hoje", Wehavekaosingarden)
O Investimento Directo Estrangeiro (IDE), em Portugal, caiu 55% de 2006 para 2007. Passou de 9,1 mil milhões de euros para 4,1 mil milhões enquanto os nossos parceiros europeus, em média, viram o IDE subir 28%.
Relativamente ao IDE saído de Portugal (ao contrário do que afirmou Basílio Horta na RTP) também caiu, cerca de 19%, passando de 5.5 mil milhões em 2006 para 4,5 mil milhões em 2007.
Também no IDE, pelos vistos, Portugal não foge há continuada Divergência com a Europa.
Recordo a festança, a propaganda, as promessas, de não há muito tempo, de há cerca de um ano, que Basílio Horta, Sócrates e Teixeira dos Santos faziam sobre as “óptimas perspectivas” do Investimento Estrangeiro.
Só que a realidade não se compadece com as palavras ou as intenções do governo. E estes dados agora divulgados pelo Eurostat, vêm apenas confirmar o miserável estado a que chegou a nossa economia cada vez mais sem quaisquer perspectivas de futuro. Os sacrifícios dos portugueses têm servido apenas para manter os privilégios escandalosos e a vida principesca da nossa classe politica. E enquanto os cidadãos forem neste “taratantan” dos políticos (como diz Medina Carreira) e não se revoltarem a sério, nada haverá a esperar. Nada, mesmo nada, a não ser o agravamento continuado da economia e das condições sociais dos portugueses.
La chilena Claudia Escobar há diseñado un bikini hecho con piel de salmón. (20 minutos)

Eva Herzigova desfila por la alfombra roja en la proyección de la película Che en el Festival de Cannes.
La artista Jasmine Lafitte descuida el vuelo de su vestido sobre la alfombra roja para la proyección de La Frontiere de l'Aube en el Festival de Cine de Cannes.

sábado, maio 24, 2008

Portugal sem alternativa


Depois de assistir ao debate dos candidatos a líder do PSD, na TVI, uma coisa parece certa - Sócrates manter-se-á no poder por mais alguns anos.
O aumento desregrado da Despesa Pública e, como consequência, o aumento de Impostos e cortes nas Funções Sociais do Estado, irão inevitavelmente continuar e, com eles, mais atrasos no desenvolvimento económico do País. Infelizmente, é este o seu miserável destino.
Com Ferreira Leite e Passos Coelho só poderemos esperar mais do mesmo. Ferreira Leite, a neoliberal com as receitas de sempre, Passos Coelho, o novo delfim neoliberal do PSD. Ambos a defender mais cortes sociais nas Funções Sociais do Estado, no caso, a defender a extinção do princípio constitucional do “Serviço Nacional de Saúde tendencialmente gratuito”.
Nenhum dos candidatos apresentou alternativas credíveis à actual politica de Sócrates. Não souberam explicar as causas, as razões profundas dos Défices Públicos elevados, do agravamento, ano após ano, das desigualdades sociais, da continuada divergência económica de Portugal com os seus parceiros europeus.
E sem explicar estas razões, não haverá política alternativa capaz de motivar os portugueses.
E, como não sabem explicar as causas da continuada crise económica nacional, mostram-se incapazes de apresentar soluções eficazes, continuando assim, a apresentar as velhas e estafadas receitas de sempre, as mesmas que conduziram o País à pobreza em que nos encontramos e que continuarão inexoravelmente a arrastar o País para o agravamento das suas condições económicas e sociais.
Fala Ferreira Leite, no que é acompanhada por Passos Coelho, na extinção do serviço tendencialmente gratuito do sistema de Saúde. De duas uma. Ou todos os portugueses pagam um valor de IRS igual e haverá descriminação posterior, de acordo com o rendimento de cada um nos custos dos serviços prestados pelo Estado, ou a descriminação de rendimentos faz-se nos escalões do IRS (como acontece actualmente, aos maiores rendimentos maior escalão). Agora, depois de o Estado impor descriminação por escalões de rendimentos no IRS, a maior rendimento maior taxa, querer novamente impor descriminação nos serviços prestados pelo Estado, será demais. Querer duplicar a descriminação é absurdo e apenas descredibiliza os políticos. Se um governo, por hipótese, num determinado momento, com problemas com o Défice Público, decide agravar de 20% as taxas do Serviço Nacional de Saúde, nada nos diz que o governo seguinte, não decida aumentar de novo as mesmas taxas para valores mais altos ainda. Em valores sem qualquer critério racional mas sempre “orçamentalmente” justificáveis. Entramos no campo do puro arbítrio.
Santana Lopes, por seu lado, encontra-se totalmente descredibilizado aos olhos de portugueses pelo que, mesmo as verdades que diga, não são levadas a sério. Descer impostos sim, mas quais as medidas politicas a implantar de modo a tornar possível a descida de Impostos? E, enquanto isto não for explicado, as palavras de Santana Lopes soam a pura demagogia.
E assim, com Sócrates, continuará Portugal, pacificamente, a caminho do abismo.
Manoel de Oliveira, de 99 años de edad, con la Palma de Oro a toda su carrera que le ha concedido el Festival de Cannes.

Manoel de Oliveira (a la derecha), de 99 años de edad, con el actor Michel Piccoli en Cannes. El director portugues recibirá un homenaje a su carrera en el festival.

Madonna y Sharon Stone, juntas en la alfombra roja del Festival de Cannes. (20 minutos)

sábado, maio 17, 2008

Democracia Social


Um dos trunfos do actual governo, consiste em pretender fazer crer de que para o acerto das contas públicas não há uma outra politica para além daquela seguida por Sócrates, e que se traduz, como lamentavelmente sabemos, no aumento de Impostos e nos cortes das Funções Sociais do Estado.
Não existe qualquer outra alternativa para o combate ao Défice, repetem a toda a hora.
A maioria dos órgãos de comunicação social, controlados directa ou indirectamente pelo governo, alinham pelo mesmo diapasão. E, desde o “poderoso” ministro das finanças, ao mais humilde boy, todos fazem coro com o dito pressuposto. A coisa rende-lhes politicamente e é seguramente um grande trunfo à sua desejada perpetuação no poder.
Na verdade, o principal partido da oposição, o PSD, contribui sem dúvida, para o reforço desta estratégia governativa. E a razão é simples. É que tanto o PS, como o PSD, não são mais do que partidos neoliberais, e portanto coincidentes nas políticas neoliberais de contenção do Défice Público.
Para os neoliberais, a receita para a redução do Défice é só uma - aumento de Impostos e cortes nas Funções Sociais do Estado. E apresentam tais políticas como indispensáveis e únicas para retirarem o País da estagnação económica. Estagnação económica a que eles próprios o conduziram ao longo dos últimos anos.
E, como não há mudança de políticas, nestas alternâncias de poder entre o PS e o PSD, só poderemos esperar mais aumentos de impostos, mais cortes sociais, mais estagnação económica, maiores desigualdades sociais. De nada valem as promessas que nos façam, o resultado será sempre o mesmo.
Não se trata de uma visão pessimista do reino da adivinhação, mas a consequência lógica resultante da prática das políticas neoliberais levadas a cabo pelo governo. Politicas velhas, de há dois séculos, e que agora, com a “globalização”, foram retiradas do baú da História e apresentadas como expoentes da “modernidade”.

Sem dúvida, como alguns dos nossos comentadores já bem o descreveram, o nosso sistema político encontra-se na realidade bloqueado. Não existem forças políticas dentro dele, capazes de uma nova política alternativa às práticas neoliberais. Políticas que recuperasse economicamente o País, que o encaminhasse para o desenvolvimento económico e social com atenuação das desigualdades sociais e, sobretudo, sem aumento de Impostos e sem cortes nas Funções Sociais do Estado.
Entretanto, iremos presenciar este continuado afundanço do País, até ao momento em que surja, fora dos actuais partidos, (não acredito que de dentro deles, cristalizados como se encontram, saia qualquer alternativa capaz, veja-se como os candidatos a líderes do PSD, todos eles, concordam com as politicas neoliberais de Sócrates) uma nova força politica, dentro do nosso regime constitucional, mas fora do actual sistema político.
Uma verdadeira força social-democrata.
Um novo Partido Democrático e Social.
hopper

malevich
piocasso

sexta-feira, maio 16, 2008

o sócrates e a economia


O primeiro-ministro, José Sócrates, considera que os próximos trimestres vão ser melhores do que os primeiros três meses do ano no que respeita ao crescimento económico (noticia o jornal de negócios).

E assim, ou talvez não, face a esta previsão “optimista” de Sócrates, o Governo reviu esta quinta-feira em baixa a previsão de crescimento económico para este ano (PIB), que passou a fixar em 1,5 por cento, contra a anterior estimativa de 2,2 por cento. (Segundo o INE, a economia portuguesa registou um abrandamento no primeiro trimestre do ano, apresentando um crescimento real de 0,9 por cento em termos homólogos, comparativamente com igual período do ano anterior, menos 0,8 pontos percentuais do que o valor apurado no trimestre anterior).

Ainda há menos de um mês, o governo lançava grande foguetório, publicitando que “finalmente Portugal conseguia convergência com a Europa depois de anos de divergência”.
Afinal, tudo não passou de mais uma miragem. A Europa cresce 0,7% (dados do Eurostat) enquanto Portugal decresce 0,8% relativamente ao trimestre anterior. Divergimos portanto 1,5%. É obra. Por enquanto.

Esta falta de rigor e de previsão é de bradar aos céus. Revela um completo desnorte sobre a evolução, infelizmente desastrosa, da economia.
O governo navega ao sabor da corrente, completamente à deriva, sem qualquer controlo da economia nacional. Não questiona as causas estruturais que condicionam este seu resvalar contínuo. Reage avulso, ao sabor das estatísticas. Ora com grandes euforias, ora com grande desânimo.

(Face à previsão do governo para 2008 de um crescimento económico de 2,2%, as previsões do FMI não vão além de 1,3 % e as da Comissão Europeia apontam para 1,7%. Teixeira dos Santos fixou agora o valor em 1,5%, o valor médio destes dois, ainda que há menos de um mês jurasse a pés juntos que o crescimento seria de 2,2%).

Depois vem a desculpa esfarrapada de que a crise é internacional. Pois, só que no bloco económico onde nos encontramos, na União Europeia, que vive naturalmente a mesma crise internacional que nós, o crescimento médio foi neste primeiro trimestre face ao precedente, de mais 0,7%, enquanto que em Portugal, no mesmo período, o decréscimo foi de 0,8%.

quinta-feira, maio 15, 2008

sócrates e sócrates


Estes tipos são curiosos e pretendem que a populaça os leve a sério.
De manhã praticam “jogging”, em especial quando se deslocam ao estrangeiro, querendo mostrar o seu amor ecológico e à vida saudável, na presença das câmaras televisivas a quem de antemão convidaram.
Na intimidade fumam nos aviões, desmentindo com o maior dos desplantes, a imagem que de manhã quiseram transmitir.
São mentirosos e oportunistas.

domingo, maio 11, 2008

todos iguais (III)


Portugal vive um dos períodos mais negros da sua história. Os seus dois maiores partidos políticos, o PS e o PSD, que se vêm alternando no poder desde o 25 de Abril de 1974, como se aperfeiçoaram e ajustaram nas respostas politicas desejadas pelo poder económico que entretanto se instalou no País.
Sem cerimónia, dão-se ao luxo de declararem mesmo, que o principal objectivo da sua governação não é a melhoria das condições de vida e bem-estar das populações, (a melhoria do serviço nacional de Saúde, da Educação, da Justiça, da Segurança), não, o que se encontra em primeiro lugar em suas preocupações governativas é o controlo do Défice, a pretexto do qual se agravam impostos e miserabilizam as condições de vida dos portugueses.
Não procuram reduzir a Despesa Pública Corrente, única forma positiva de consolidação das contas públicas, bem pelo contrário, todos os dias se vêm acrescentar novas aquisições de serviços de consultodoria por parte do Estado, ou a criação de novos órgãos. Sem reduzir as Funções Sociais do Estado, os governantes não pensam em extinguir serviços criados nos últimos anos, (paralelos aos já existentes), absolutamente ineficazes e despropositados, ou limitar a Despesa Pública com a extinção dessas estruturas caducas como são os governadores civis ou a redução para metade dos deputados. Não procuram uma racionalização efectiva dos gastos do Estado mas apenas cobrir o Défice com as receitas dos impostos e com as receitas provenientes dos cortes nas Funções Sociais do Estado.
É uma política que apenas serve os interesses económicos dos monopólios e das oligarquias financeiras. Torna-se mesmo caricato ver como ambos os partidos disputam a supremacia na defesa desta politica. “Sócrates só peca por não ser tão eficaz e radical nos Cortes das Funções Sociais do Estado”, apressam-se a declarar todos os candidatos a líderes do PSD.
Interesses económicos que se cruzam e se fundem com os interesses de uma classe politica corrupta que se banqueteia com os privilégios que soube criar e ampliar ao longo das últimas décadas e que objectivamente despreza o seu Povo.

A la espera de alimento. Una mujer iraquí se aferra a un camión momentos antes de comenzar un reparto de alimentos entre los habitantes del barrio bagdadí de Ciudad Sader. (20 minutos)

El Robert Capa soviético. Soldado soviético poniendo la bandera de la URSS en el Reichstag de Berlín, el 2 de mayo de 1945, tras la caída de la Alemania nazi. El museo Martin Gropius Bau de Berlín ha abierto, en el aniversario de la Capitulación del Tercer Reich, la mayor retrospectiva nunca expuesta de Yevgueni Chaldej, considerado el Robert Capa soviético y autor de la famosa fotografía.
Tanques T-90 en el desfile en Moscú. Por primera vez desde la caída de la URSS, durante el desfile militar celebrado en la plaza Roja de Moscú para conmemorar el 63º aniversario de la victoria sobre la Alemania nazi, se han mostrado misiles intercontinentales y armamento pesado. 820 minutos)
En el desfile también se han podido ver banderas con retratos de Lenin

Las tropas desfilan con uniformes soviéticos.

sexta-feira, maio 09, 2008

todos iguais




"Não sei se o trate por companheiro ou camarada"


(Durão Barroso, dirigindo-se a Sócrates, hoje, na CML)

quinta-feira, maio 08, 2008

...que rejeita o capitalismo liberal


A evolução da socialdemocracia a partir dos fins dos anos 50 foi nitidamente esta: a conciliação dos valores liberais fundamentais com um regime económico que rejeita o capitalismo liberal. Para que as liberdades sejam desenvolvidas e se dê satisfação à justiça social a social-democracia rejeitou, e bem, o capitalismo liberal e enveredou por outras formas económicas em que é mais importante uma política de preços de rendimentos, de salários, de justa distribuição de rendimentos, de participação dos trabalhadores nas empresas e nas próprias decisões conjunturais do que propriamente da propriedade dos meios de produção.

Numa social-democracia, o que é característico é o apoio dos trabalhadores industrializados: e esse apoio é tanto mais significativo quanto mais o País estiver industrializado. As sociais-democracias do Norte da Europa, por exemplo, nasceram com o apoio dos operários da indústria, mas também de agricultores, de pescadores e de pequenos comerciantes, tal como no nosso país. A nossa base social de apoio é tipicamente social-democrata. O nosso programa é um programa social democrático avançado, em relação, por exemplo, ao programa do S.P.D. alemão - e, portanto, isto afasta qualquer deturpação que se queira fazer no sentido de nos apresentar como partido liberal ou democrata-cristão, o que são puras especulaçõestendenciosas que não têm qualquer base.

É que a social-democracia, que defendemos, tem tradições antigas em Portugal. Desde Oliveira Martins a António Sérgio. É a via das reformas pacíficas, eficazes, a caminho duma sociedade livre igualitária e justa. Social-democracia que assegura sempre o respeito pleno das liberdades.


Francisco Sá Carneiro

Dmitry Medvedev, nuevo presidente de Rusia, durante una ceremonia en la catedral de la Asunción en Moscú, tras haber asumido el cargo. Su predecesor, Vladimir Putin, ejercerá de primer ministro.

Dwyer en la provincia afgana de Helmand. Soldados estadounidenses se protegen de una tormenta de arena en la base Dwyer en la provincia afgana de Helmand.
En la lucha por la educación. Miles de jóvenes participan en la manifestación contra la política de la enseñanza pública en la Comunidad de Madrid, convocada por el Sindicato de Estudiantes.

domingo, maio 04, 2008

todos iguais


De há muito que os dois principais partidos do poder, PS e PSD, deixaram de se distinguir politicamente. Hoje, é tão absurdo e caricato tratar o PS de partido de esquerda, como tratar o PSD como partido de direita. Pela simples razão de que “esquerda e direita” não existe na pratica destes partidos. São partidos que se encontram esvaziados ideologicamente e portanto, qualquer ideologia que se lhes atribua, não fará muito sentido. São partidos do poder e pelo poder, tão só, quanto isto. São partidos que mobilizam os seus militantes, não pela ideologia mas por interesses económicos de todas as espécies. São partidos que anseiam estar no poder, não para servir os cidadãos (veja-se como espezinham as promessas eleitorais logo que chegam ao poder), mas para ocuparem os cargos bem remunerados da Administração Pública.

Os ministros e os altos funcionários do Estado saem ou regressam às grandes empresas privadas quando entram ou saem dos governos. É por esta razão que as politicas dos governos não podem ser outras que as do interesse dos monopólios e das oligarquias financeiras. Em termos políticos, nunca como hoje as politicas dos governos se confundiram tanto com os interesses económicos destas empresas. Vivendo o País em crise, nunca como agora os lucros destas grandes empresas foram tão escandalosamente grandes. O governo actual executa as políticas que são do agrado de 5% da população; 5% da população que detém hoje 20% do rendimento nacional (quando em 1974 não detinha mais de 12%). É esta a realidade nacional. O governo já não defende os interesses dos pequenos comerciantes, das pequenas empresas, dos pequenos agricultores e muito menos dos trabalhadores. Porque na sociedade actual os interesses económicos destes são antagónicos com os interesses dos monopólios. O comércio das grandes superfícies que se multiplicam pelo País, podem criar umas centenas de postos de trabalho, mas arruínam seguramente dezenas ou centenas de pequenos comerciantes e lançam no desemprego um número superior de trabalhadores.

Na verdade, temos um governo que governa apenas para satisfazer os objectivos económicos de uma minoria da população. Pouco lhe importa que mais de 95% das empresas portuguesas sejam pequenas empresas que de dia para dia se vêem cada vez mais asfixiadas pelos preços da Galp, pelos juros bancários cada vez mais altos, pelos custos da energia da EDP, ou do Gaz, ou da Brisa. Pouco lhe importa que se acentue a crise económica e social do País desde que os lucros dos bancos e das grandes empresas continuem a aumentar nas percentagens de agora. Nunca as desigualdades sociais foram tão elevadas como hoje. Nunca a governação do País foi apenas e tão descaradamente favorável a uma minoria da população.

Nunca como agora o PS e o PSD se confundiram tanto. Não há um único candidato a presidente do PSD que se distinga entre si e se distinga das medidas governativas de Sócrates. Todos concordam com as medidas que o governo tem tomado, criticando Sócrates apenas pelas “hesitações” na aplicação dessas medidas. Não há um único candidato Social Democrata no PSD. Mesmo quando, por esse mundo fora, as velhas ideias liberais de há dois séculos atrás, agora com novas roupagens, já tivessem demonstrado que o novo liberalismo apenas acarreta maiores desigualdades sociais e menores índices de desenvolvimento económico e representem um retrocesso social, um passo atrás no desenvolvimento histórico.