O mito das "reformas"
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Olhando agora para as “reformas” que estão em marcha e para aquelas que se encontram em carteira, verifica-se que todas elas possuem um traço comum - uma lógica economicista, o desmembramento do sector público, a aversão às politicas publicas, a redução da participação do Estado em politicas sociais, a mercantilização dos serviços essenciais - reduzindo os problemas sociais a uma questão técnica de gestão.
Afirmam os seus defensores que sem tais “reformas” o País corre o risco de não acompanhar a Europa e a nova “ordem mundial”. Do ponto de vista ideológico, argumentam para a opinião pública que a crise é determinada pelo corporativismo e ineficiência do Estado e que, portanto, a saída se dará através da progressiva privatização, ficando o Estado responsável, quando muito, pelas acções sociais básicas.
E o povo, meio incrédulo, desconfiado mas cilindrado pelo coro uníssono dos políticos, empresários e comentadores, diariamente repetido, lá vai suportando sem grandes clamores, a nova carga que colocaram em seus ombros.
Estas “reformas” não são mais do que a concretização das mais que velhas aspirações do modo de desenvolvimento capitalista na sua faceta mais anárquica e selvagem e que ideologicamente dá pelo nome de neoliberalismo. O neoliberalismo que tardiamente enamorou os nossos políticos-empresários ou empresários-politicos (tal o modo frequente com que trocam de posição) e chegou ao nosso País quando já demonstrou por essa Europa fora o seu rotundo falhanço.
Estas “reformas” neoliberais são apresentadas como progressistas, e de acção - que têm a história do seu lado, que estão com o processo de globalização, da internacionalização da economia, contudo em realidade, ao contrário, acabam por mostrar a sua face de clara reacção. Reacção aos direitos sociais, à participação do Estado em políticas sociais, o que implica regressão da esfera pública numa época de aumento das desigualdade existentes encontrando-se inequivocamente contrárias ao espírito e à filosofia da Constituição Portuguesa.
Não são reformas, são contra-reformas, que representam um retrocesso Social e Politico e que deverão merecer o repúdio de todos os verdadeiros sociais-democratas deste País.